Manakin-de-coroa-branca: ave comum na Amazônia é alvo de estudo que revela biodiversidade ignorada

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Espécie de ave Manakin, de nome científico Pseudopipra pipra, pode ser, na verdade, 17 espécies diferentes. — Foto: Tomaz Nascimento de Melo

Uma das espécies de aves mais frequentes na América do Sul, a Pseudopipra pipra, pode ser, na verdade, um grupo formado por até 17 espécies diferentes, de acordo com um estudo internacional publicado este mês na revista científica “Molecular Phylogenetics and Evolution”, que sugere existir muito mais espécies de pássaros na região do que se imagina.

Conhecida popularmente como Manakin-de-coroa-branca, a Pseudopipra pipra provavelmente surgiu nas florestas altas dos Andes, no norte do Peru, mas, ao longo de séculos, migrou para outras regiões do continente, descreve o artigo.

“Atualmente, essa ave também é encontrada em toda a Bacia Amazônica, em demais florestas do Brasil [Mata Atlântica], no Peru e em muitos outros países, incluindo partes da América Central”, explica o autor principal do estudo, Jacob Berv, pesquisador da Universidade de Michigan.

Considerando que a América do Sul e Central abriga diversos biomas com paisagens diferentes, os pesquisadores sugerem que algumas das populações ancestrais de Pseudopipra pipra que migraram dos Andes ficaram isoladas em outras regiões por barreiras físicas – como montanhas, clima, rios e cânions.

Com o passar dos séculos, essas populações evoluíram independentemente e se tornaram diferentes umas das outras, de modo que devem agora ser reconhecidas como espécies separadas.

Assim, o que hoje é chamado de maneira generalizada de Pseudopipra pipra é, na realidade, “um complexo de espécies composto de pelo menos 8, e talvez até 17 espécies distintas que surgiram nos últimos 2,5 mil anos”, diz trecho do estudo.

G1
16:00:02
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