Comitê Nobel repreende premiê etíope, condecorado em 2019 com o prêmio da paz

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Nobel da Paz em 2019 por seu empenho para encerrar o conflito de 20 anos com a vizinha Eritreia, o premiê da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, escolheu o caminho inverso ao de pacificador e conciliador, características que fizeram jus à escolha. No ano seguinte, passou a comandar uma ofensiva militar na região de Tigray, no norte do país, classificada pela ONU como catástrofe humanitária, conjugando milhares de mortos, dois milhões de deslocados, fome e violações de direitos humanos.

O desempenho beligerante do laureado com o prêmio mais prestigiado do mundo lhe rendeu uma rara reprimenda do Comitê Nobel Norueguês, que apelou ao laureado para pôr fim ao bloqueio humanitário e ao derramamento de sangue em Tigray.

“Como primeiro-ministro e vencedor do Nobel da Paz, ele tem uma responsabilidade especial de acabar com o conflito e contribuir para a paz”, afirmou o presidente do comitê, Berit Reiss-Andersen.
A condecoração a Abiy cria sérios embaraços ao Nobel. A entidade sofre pressões para cassá-la, mas a revogação do prêmio a um laureado é descartada por não estar prevista em seu estatuto. Restou ao comitê a repreensão, nas palavras de seu presidente: “A situação humanitária é muito séria. É inaceitável que a ajuda não chegue à região.”

G1

11:30:02

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