‘Casamento às Cegas: Brasil’ segue formato original, mas com toque brasileiro

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Em uma pequena sala, um rapaz está sentado à vontade, com seu caderninho de anotações. Do outro lado, uma mulher está num ambiente muito parecido, ainda que com algumas cores diferentes. Entre eles, um telão fica passando imagens abstratas e impedindo que se vejam ou se toquem. O único sentido disponível, para que possam conversar, é a audição. Essa é a premissa de Casamento às Cegas, reality show original da Netflix e que ganha os primeiros episódios da edição brasileira já nesta quarta-feira, 6.

Baseado em um formato já conhecido, sucesso na televisão aberta com programas como Xaveco, Beija Sapo e Namoro na TV e ETC, o reality aposta em uma estrutura simples: 15 homens conversam individualmente com 15 mulheres nos primeiros dias de confinamento, sem nunca ver um ao outro. Depois, indicam os seus pretendentes preferidos e passam a ter conversas mais longas e profundas. Por fim, se tudo der certo, o homem ou a mulher pede o pretendente em casamento, partem logo para a lua de mel e, claro, para o convívio.

Depois do sucesso que fez com a versão americana, lançada no começo de 2020, Casamento às Cegas: Brasil não foge muito da risca. Dos quatro primeiros episódios assistidos com antecedência pelo Estadão, o reality show mantém a essência com o mesmo número de participantes e dinâmicas similares, assim como uma edição cautelosa. Percebe-se, também, que a direção do programa trabalha em busca de personagens marcantes e de personalidade forte, deixando alguns competidores de fora das câmeras.

Os apresentadores Camila Queiroz e Klebber Toledo, que formam um casal na vida real, seguem os mesmos passos da apresentação americana. Quem se lembra de Silvio Santos perguntando após uma dança de valsa se era “namoro ou amizade” no programa Em Nome do Amor, vai sentir falta de algumas interferências e até mesmo de comentários que poderiam colocar fogo no andamento do programa. Mas, neste reality da Netflix, a preferência é mexer os peões apenas atrás das câmeras e deixar um andamento natural.

O que se percebe, e acaba dando um tempero brasileiro, é a boa seleção de participantes, mostrando toda a diversidade que existe no País. Há pretendentes de várias regiões do Brasil, assim como de diferentes perspectivas sociais – destaque para Ana Prado, Fernanda Terra, Rodrigo Vaisemberg e, principalmente, Dayanne Feitoza, que protagonizam as melhores cenas e momentos dessa versão do reality. O único porém fica para a seleção padronizada de participantes, sempre magros e heterossexuais, sem espaço para outros tipos de corpos e sexualidades.

Estadão Conteúdo
12:30:02

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