O presidente Jair Bolsonaro disse a ministros nesta terça-feira que indicará o advogado-geral da União (AGU), André Mendonça, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, mesmo antes da formalização da indicação, o ministro começou um périplo para viabilizar a sua aprovação pelo Senado em meio a resistências ao seu nome, segundo fontes ouvidas pela Reuters.
Bolsonaro quer que Mendonça assuma a vaga que será aberta no Supremo com a aposentadoria neste mês do ministro Marco Aurélio Mello e fez essa sinalização mais cedo em reunião ministerial, segundo uma fonte.
Posteriormente, em almoço com senadores do bloco parlamentar do Senado Vanguarda, Mendonça confirmou a indicação do presidente de mais cedo, ressaltando que está no momento de “peregrinação”, de acordo com uma outra fonte.
No encontro, o ministro da AGU fez uma série de acenos aos senadores numa tentativa de quebrar eventuais resistências. Segundo a fonte, ele disse também que estará “sempre aberto ao diálogo”, que não se pode “judicializar a política” e que não será um “ministro evangélico”.
“André Mendonça tem demonstrado ser uma pessoa pronta ao diálogo e que, conosco, se comprometeu a trabalhar pelo fortalecimento das relações institucionais”, disse o líder do bloco Vanguarda, Wellignton Fagundes (PL-PR), após o encontro.
“Isso vai ajudar a levar ao STF mais dos anseios da população, fundamental nas tomadas de decisões, em consonância com as leis”, emendou o anfitrião do almoço que contou com a presença de sete senadores.
Após o encontro com o bloco partidário, Mendonça já se reuniu com outros senadores, como Lasier Martins (Podemos-RS), e já acionou outros gabinetes para marcar encontros a fim de se apresentar. Esse périplo antes da formalização do nome é incomum para indicações.
Fontes ouvidas pela Reuters alinhadas ao governo e independentes admitiram haver resistências ao nome de Mendonça, que conta com forte apoio da bancada evangélica. Citaram nominalmente o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), como um dos que atuam pela rejeição do indicado.
“Existe resistência. Se for confirmada a indicação, teremos que trabalhar muito”, reconheceu um governista, de forma reservada, à Reuters.
IstoÉ
18:41:02