Violência extrema de bandidos na ação de roubos a caixas eletrônicos em Araçatuba

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É O ATO MAIS VIOLENTO DOS ÚLTIMOS DOIS ANOS
O ataque orquestrado por um grupo de homens fortemente armados na madrugada de hoje em Araçatuba (SP), a 519 quilômetros da capital paulista, é apontado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública como o mais violento da tática que ficou conhecida como “novo cangaço” nos últimos dois anos no estado de São Paulo.

FUZIS E EXPLOSIVOS
Criminosos armados com fuzis explodiram caixas eletrônicos, usaram reféns como escudos humanos na fuga, espalharam explosivos pelas ruas, incendiaram veículos para isolar a cidade e ainda usaram drones para monitorar uma ação que deixou ao menos três pessoas mortas e outras quatro feridas.

A ação de Araçatuba só foi menos violenta se comparada com a tentativa de roubos a caixas eletrônicos de 4 de abril de 2019 em Guararema, na região metropolitana de São Paulo, que teve 11 suspeitos mortos após troca de tiros com a polícia. Um levantamento com base em dados dos órgãos de segurança pública contabilizou mais de 30 ações do tipo desde o começo de 2018 no estado de São Paulo. Contudo, geralmente esses ataques são feitos em cidades de pequeno porte, com poucos policiais e durante a madrugada. Após o ataque, policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e do Coe (Comando e Operações Especiais) se deslocaram da capital paulista até a cidade para apoiar buscas e recolhimento de explosivos.

HOMENS ESPECIALIZADOS EM EXPLOSIVOS
A ação em Araçatuba, município com 200 mil habitantes e com maior estrutura policial para reagir, surpreendeu os especialistas ouvidos pelo UOL. Eles entendem que houve aumento na ousadia e até no planejamento nesse tipo de ação, que inclui monitoramento de policiais locais, rotas de fuga bem definidas e escolha de criminosos especialistas em uso de explosivos e armas de grosso calibre. Segundo ele, também surpreendeu o arsenal bélico dos criminosos envolvidos no ataque pelo uso de variados tipos de explosivos. “Isso revela que há uma mensagem que quis ser dada pelos criminosos. E a polícia precisa dizer que recado é esse”, disse.

UTILIZAÇÃO DE DRONES
Rafael Alcadipani, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) em Administração Pública e especialista em Segurança, disse que a ação surpreendeu até as autoridades devido ao uso de recursos até então inexplorados nesse tipo de crime, como os drones que monitoraram o deslocamento pela cidade. “Houve inovação com uso de explosivos e drones. O que parece é que os criminosos estão cada vez mais especializados e organizados. Estão aprimorando a forma de fazer esse tipo de ataque. São crimes cinematográficos, com uso de violência extrema. Infelizmente, o estado não consegue dar uma resposta à altura”, analisou. Segundo ele, esse tipo de crime costuma ser articulado com uma espécie de apoio terceirizado de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Informações da UOL
15:01:29

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