Unicef: 4,8 milhões de crianças não têm acesso à internet no Brasil

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Os dados preliminares de uma pesquisa apresentada pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apontam que 4,8 milhões de crianças e adolescentes no Brasil vivem em casas sem acesso à internet. Em um período de pandemia de coronavírus e aulas online, essa condição contribui para o aumento das desigualdes sociais.

Como explica Marcelo Volpi, coordenador do Programa de Cidadania dos Adolescentes do Unicef no Brasil, a  pesquisa TIC Kids Online Brasil produz informações sobre uso da Internet por crianças e adolescentes no país e é realizada desde 2012 pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil.

“As informações foram coletadas entre outubro de 2019 e março de 2020, com crianças e adolescentes de 9 a 17 anos de idade e está em fase de finalização”, explica Volpi. Os dados foram antecipados ao Unicef pela importância da informação neste momento de isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus. A pesquisa, na íntegra, será publicada no dia 26 de maio.

A pesquisa mostra, ainda, que, no país, 11% da população dessa faixa etária não é usuária de internet — não acessando a rede nem em casa e nem em outros lugares nos três meses que antecederam a entrevista. A exclusão é maior entre crianças e adolescentes que vivem em áreas rurais (25%), nas regiões Norte e Nordeste (21%) e entre os domicílios das classes D e E (20%).

“O uso da internet por crianças e adolescentes neste momento da pandemia se tornou mais importante para poder acompanhar conteúdos escolares, manter contato como seu grupo de amigos e também para manter-se informado sobre oportunidades de apoio” diz Volpi. “Ao ficarem impossibilitadas de acessar estas oportunidades, as famílias já vulneráveis ficarão mais vulneráveis e limitadas no acesso aos seus direitos.”

Para a Unicef é importante utilizar tecnologias como rádio e televisão para difundir conteúdos educativos para crianças e adolescentes que não têm acesso à internet, principalmente para aqueles que vivem em áreas isoladas, como na região Amazônica.

“A solução a curto prazo é que as empresas e os governos dialoguem para ofertar de forma gratuita às crianças e adolescentes de famílias vulneráveis um pacote de dados que permitam assegurar o acesso à internet durante a vigência de medidas de distanciamento social” avalia. Para Volpi, sem essas medidas “será muito difícil reduzir as desigualdades que impedem um desenvolvimento sustentável do país”.

R7
11:40:03

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