Eu choro
E não choro porque alguém diz “que às vezes chorar é bom”
Choro porque dói, dói muito
Não sei se devo me queixar do que vivo hoje
Não gosto de reclamar das coisas naturais
Mas hoje sei que é também natural se sentir triste
É natural amar as pessoas
É natural se queixar com lágrimas.
Choro porque nestes tempos em que respirar é perigoso
Perdi uma prima/irmã, linda sorridente, amorosa.
Choro porque nestes tempos das máscaras,
Perdi um amigo/irmão, cujo coração era tão grande,
Que Deus preferiu leva-lo, pois talvez para o momento,
Não haja necessidade de tanta bondade.
Choro porque perdi um espelho, um quadro, um personagem,
Onde podia olhar um jovem que vi crescer e junto a ele uma esperança
De um país melhor.
Choro por eles e pelos demais irmãos desta terra
Que foram caminhar por campos celestes
Que deixaram trilhas e histórias lindas, e a saudade.
Choro pelo país dividido entre a realidade e a negação
E por tudo que poderia ser evitado por atitudes da razão
Choro… choro, porque dói, dói muito.
Texto dedicado à Lourdes Batata, Mauro Villanova, Major Olímpio e a todos venceslauenses que perderam sua vida na pandemia.
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