“Quase entrei em coma três vezes, mas continuei a tomar os remédios todas as vezes em que foram proibidos.” A afirmação de Patricia Edwirges Carvalheiro, de 38 anos, que faz uso de medicamentos emagrecedores como anfepramona desde os 16, revela a complexidade da polêmica a cerca dos anorexígenos, também chamados de inibidores de apetite, no Brasil.
Medicamentos da classe dos anfetamínicos — como mazindol, femproporex e anfepramona —chegaram como uma novidade para tratar a obesidade por meio da inibição do apetite no fim da década de 1990 e foram receitados em larga escala, até que os efeitos colaterais roubassem o protagonismo da perda rápida de peso.
Em 2011, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) retirou do mercado esses três medicamentos por entender que os riscos do uso não superavam os benefícios do tratamento, além de tê-los considerados ineficazes.
“[Apresentaram] resultados absolutamente insatisfatórios no médio e longo prazo, além de trazerem efeitos colaterais que incluem risco de dependência, aumento da hipertensão arterial e problemas psiquiátricos, bem como outros danos ao cérebro e ao sistema cardiovascular”, disse a agência por meio de nota.
R7
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