Quatro trabalhadores são resgatados de trabalho análogo à escravidão em Alfredo Marcondes

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Situação mais grave foi encontrada nos alojamentos dos quatro trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão em Alfredo Marcondes (SP) — Foto: Ministério Público do Trabalho

Quatro trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em Alfredo Marcondes (SP). Eles prestavam serviços na extração de eucalipto, como corte, limpeza e acondicionamento. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (24) pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

A operação foi realizada no dia 17 de março pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) do Ministério do Trabalho e Previdência, em conjunto com o MPT e a Polícia Federal (PF). Entre as vítimas não havia menores de idade e idosos.

A denúncia foi remetida às autoridades por meio do disque 100. Conforme o MPT, a equipe de inspeção constatou diversas irregularidades no meio ambiente de trabalho, tais como não fornecimento de equipamentos de proteção individual compatíveis com os riscos ocupacionais da atividade, falta de treinamento na operação de motosserras e de máquinas agrícolas e a não disponibilização de material de primeiros socorros, dentre outras.

Contudo, a situação mais grave foi encontrada nos alojamentos. Os trabalhadores, residentes de municípios vizinhos, passavam a semana no local executando as suas atividades, e neste período, pernoitavam em barracas de lona plástica abertas, desprovidas de portas e janelas, expondo-os às intempéries e ao risco de contato com animais peçonhentos.

Ainda segundo o MPT, os colchões, instalados sobre pneus e caixas, acumulavam sujeira e não havia roupa de cama.

botijão de gás utilizado pelos trabalhadores para acender o fogão estava instalado dentro do alojamento, gerando riscos de incêndio e intoxicação.

No local também não havia armários, de forma que as roupas e demais pertences eram acondicionados no chão, além de instalações elétricas precárias, com partes energizadas expostas, aumentando o risco de choque elétrico e incêndio.

Apesar das condições degradantes a que foram submetidos os trabalhadores, todos eles tinham registro em carteira de trabalho. Eles recebiam salários por produtividade.

Os auditores fiscais do trabalho lavraram termo de resgate de condições análogas à escravidão, além de acompanharem o pagamento das verbas rescisórias quitadas pelo empregador. Como os trabalhadores foram resgatados em tais condições, há o direito de receber as guias de seguro-desemprego.

G1/Prudente
11:01:02

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