ONU pede diálogo com talibãs para evitar catástrofe humanitária no Afeganistão

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Passageiros fazem fila para embarcar em um avião da companhia paquistanesa PIA, o primeiro voo comercial internacional a aterrissar e decolar do aeroporto de Cabul, em 13 de setembro de 2021 – AFP

A comunidade internacional deve negociar com os talibãs para evitar uma catástrofe humanitária no Afeganistão, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta segunda-feira (13), dia em que um primeiro voo comercial pousou em Cabul, um dos primeiros sinais de normalização no país.

Milhões de afegãos são afetados por uma seca profunda e as consequências da pandemia de covid-19. Segundo a ONU, por falta de apoio, quase toda a população afegã (97%) pode ficar abaixo do limite da pobreza no ano que vem contra 72% atualmente.

Guterres considerou nesta segunda “muito importante” que as Nações Unidas falem com os talibãs para facilitar a entrega e a distribuição de ajuda humanitária.

“É impossível prestar ajuda humanitária no Afeganistão sem falar com as autoridades de fato do país”, disse Guterres em coletiva de imprensa à margem de uma reunião ministerial em Genebra que permitirá arrecadar mais de 600 milhões de dólares em ajuda para as organizações humanitárias do país.

A França anunciou o desembolso de 100 milhões de euros (cerca de 120 milhões de dólares) para este fim, enquanto Washington aportará 64 milhões de euros (75 milhões de dólares).

“Se quisermos fazer avançar os direitos humanos do povo afegão, a melhor forma é avançar com a ajuda humanitária, dialogar com os talibãs e usar esta ajuda humanitária para impulsionar a aplicação destes direitos”, disse Guterres.

“Faço um chamado à comunidade internacional para que encontre a forma de permitir uma injeção de dinheiro na economia afegã, para permitir que a economia respire e evitar um colapso que teria consequências devastadoras para o povo afegão e poderia desencadear um êxodo maciço, com as consequências que se pode imaginar para a estabilidade dos países da região”, acrescentou.

AFP
10:40:03

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