Mudança social explicaria redução da diversidade genética masculina durante o Neolítico

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A notável redução da diversidade genética masculina registrada há milhares de anos em todo o mundo seria explicada mais por uma mudança social do que por um onda de violência sem precedentes, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (24).

Uma equipe francesa do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) do Museu Nacional de História Natural (MNHN) e da Universidade Paris Cité acredita que esta queda resultou da transição de um sistema reprodutor diversificado para outro baseado em uma linha patrilinear, ou seja, quando a descendência é contada em linha paterna.

Alguns desses clãs tinham menor capacidade de reprodução, o que acabou prejudicando toda sua descendência.

O episódio ocorreu ao final do Neolítico, há entre 3.000 e 5.000 anos, e representou uma queda abrupta na quantidade do cromossomo Y, responsável pelas características sexuais masculinas. Essa queda foi identificada apenas recentemente, mediante a análise dos cromossomos e dos homens atuais.

O método permite “voltar no tempo”, explica à AFP Raphaëlle Chaix, especialista em antropologia genética do CNRS e coautora do estudo publicado na Nature Communications.

Este método permitiu, em um estudo publicado em 2015, identificar um evento “muito específico em relação aos homens: a queda de sua quantidade há cerca de 5.000 anos, quando tudo indica que havia apenas um homem a cada 17 mulheres participando da reprodução na Europa”, afirma a pesquisadora do CNRS.

A redução, particularmente severa na Europa, afetou outras regiões, como o Antigo Oriente, Sibéria ou África, em um lapso maior de tempo. AFP

 

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