Morre Raymundo Farias de Oliveira

Falecimento/ São Paulo
RAYMUNDO FARIAS DE OLIVEIRA

Faleceu nesta segunda-feira, 11, em São Paulo, o escritor e poeta Raymundo Farias de Oliveira, aos 96 anos.

Raymundinho, como era carinhosamente chamado, residiu por vários anos em Caiuá e, principalmente, em Presidente Venceslau.

Era natural de Missão Velha (Ceará) e mudou-se com a família para o interior paulista, onde passou a infância.

Fez o curso primário em Caiuá, então distrito de Presidente Venceslau. Cursou o ginasial em Presidente Prudente; contabilidade, na capital paulista; e ciências jurídicas e sociais, na Instituição Toledo de Ensino, em Bauru.

Foi contabilista em Presidente Venceslau, mas profissionalmente se notabilizou como Procurador de Justiça do Estado, quando se aposentou.

Na vida literária, escreveu vários livros, entre os quais, “O comício”, “Sob o céu de Jerusalém”, “Horário Nobre”, “Espelho do tempo” e “Voo das Borboletas”.

Era membro da Academia Venceslauense de Letras. Raymundo recebeu o título de Cidadão Venceslauense. Presidente Venceslau era uma terra querida, onde cultivava muitos amigos, entre eles, o saudoso Tufy Nicolau e Inocêncio Erbella.

O velório ocorre nesta terça-feira, a partir das 8h, na rua Dr. Zurquim, 1.714, em São Paulo. O sepultamento está marcado para as 15h de hoje, no Cemitério Jardim Horto Florestal, na capital. De Jamil Tannous/ portadacidadepv.blogspot.com

Nota da Redação
Raymundo Farias de Oliveira era um homem singular. Dócil, culto, educado, inteligente e um verdadeiro artista. Tocava violão com maestria, era poeta, escritor e um apaixonado pelas artes e pela amizade. Apesar da diferença de idade, sempre me aproximava de Raymundo quando o encontrava na cidade. Gostava de estar perto dele, ouvir suas histórias e desfrutar das memórias do passado de Presidente Venceslau. Sempre que nos encontrávamos, ele mencionava meu pai, Nico Moré, com quem tocou em muitas serestas por aí.

A simplicidade com que Raymundo Farias de Oliveira falava sobre as pessoas, as famílias de Presidente Venceslau e suas numerosas histórias era cativante. Ele recebeu o título de cidadão venceslauense por seu profundo amor por nossa terra. É dele o poema sob a figueira, que se tornou um símbolo do passado e presente da cidade. Vale a pena lê-lo para conhecer um pouco da genialidade desse grande homem. Ele também foi um apoiador da edição mensal da revista Radar. Com todos esses feitos em seu currículo, me sinto privilegiado por ter aprendido várias lições com ele, sendo uma delas a importância da lealdade na amizade. Obrigado, Raymundo.