Microcrédito, o novo combustível do governo para aquecer a economia

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Se durante os governos Lula I e II a ascensão da classe média brasileira foi uma das principais marcas da gestão, o terceiro ato do presidente Lula parece ter mudado o foco. Ao invés de fortalecer o meio da pirâmide e estimular a economia pelo consumo interno, a estratégia adotada foi oferecer poder de compra à base da estrutura social brasileira: famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa.

Para isso, o primeiro passo foi dado pelo programa Desenrola, que renegociou dívidas de pessoas físicas e abriu espaço para o consumo. Agora, por meio da iniciativa Acredita, o governo investe na oferta de microcrédito, com taxas reduzidas de juros, para aquecer a economia.

Com potencial de destravar até R$ 30 bilhões em recursos a serem escoados para a base da pirâmide, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou à DINHEIRO que o objetivo é dar o impulso para o pequeno empreendedor, e de quebra estimular toda a economia. “Estimo mais de 1,5 milhão de transações pelo Acredita. É um programa único e com capacidade ímpar de formalizar, capacitar e estimular os negócios no Brasil”, disse.

• Nas primeiras gestões de Lula, e em boa parte dos mandatos de Dilma Rousseff, a estratégia do PT para elevar o consumo interno se deu em duas frentes: estímulos à indústria, por meio da redução do IPI, e abertura do mercado de crédito.

• Quando tais elementos se uniram à renda familiar crescendo mais de 6% ao ano, o resultado foi 41 milhões de pessoas emergindo para essa “nova classe média”, segundo dados do Ipea. Apesar de relevante para o momento, a ascensão da classe média tinha prazo de validade.

• O boom do consumo de eletrodomésticos, por exemplo, chegou ao platô quando o mercado imobiliário desaqueceu. O consumo das famílias encolheu conforme a inflação aumentou e os efeitos da crise de 2008 refletiram no Brasil.

• E se outrora a confluência de fatores favoreceu a ampliação do consumo, a convergência dos fatos negativos resultaram na crise iniciada em 2014 e que ainda deixa suas marcas na economia brasileira.

• Para evitar os mesmos erros, Dias afirmou que o novo programa não se assemelha aos anteriores. “Temos dois objetivos claros: tirar as pessoas da pobreza e oferecer a condição de começar o próprio negócio e estruturar sua vida financeira no longo prazo”, disse.

O projeto, que segundo o ministro, atende a demanda do presidente Lula de dar um passo além do assistencialismo. “São 25 milhões de famílias com renda per capita de menos de meio salário mínimo. São pessoas que, sim, precisam e recebem suporte do governo, mas que agora receberão oportunidades.” A maior parte dos recursos, que pode destravar R$ 30 bilhões, virá do Fundo Garantidor de Operações (FGO). IstoÉ Dinheiro

 

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