Mestre responsável pela formação de capoeirista assassinado em Londres diz que Bugrão era ‘completo’

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Nascido em Presidente Prudente, Iderval Silva morava em Londres — Foto: Facebook/Reprodução

O mestre de capoeira Manoel Zebedeu da Silva foi o responsável pela formação do capoeirista Iderval Silva, o Brugrão, em Presidente Prudente (SP).

Eles eram amigos havia mais de três décadas, desde 1985, quando Bugrão começou a treinar o esporte.

Bugrão morreu nesta terça-feira (28), em Londres, na Inglaterra, onde morava, após ser espancado por um grupo de jovens no sábado (25).

“Eu conheci o Iderval há mais de 30 anos, em Presidente Prudente, quando ele começou a treinar. Ele foi para Campo Grande [MS], onde serviu o Exército, e depois voltou para Presidente Prudente, onde passou a treinar novamente e deu continuidade à sua formação. Ele treinou conosco e formou-se pela Associação de Capoeira Zungu, onde eu e meu irmão Antônio Adelipe, o Soneca, éramos mestres. Formou-se conosco e obteve o título de mestre”, salientou Silva ao G1.

Um dos momentos marcantes da convivência que ambos tiveram, lembrou o mestre, foi uma viagem em que passaram uma semana em um curso de capoeira na Argentina, em meados da década de 1990.

“Ele era um cara muito ativo. Depois de formado, deu aulas em Presidente Prudente, até mudar-se para Portugal. Ele era um bom atleta, um cara responsável. A imagem que temos dele é muito positiva. Era um cara trabalhador. Como capoeirista, ele era completo, dedicado, bom de ritmo, musicalidade e fundamentação histórica. Conhecia as suas tradições”, contou Silva ao G1.

“Ele tinha muitos amigos aqui em Presidente Prudente e todo mundo ficou consternado com o que ocorreu. É inexplicável”, salientou o mestre.

O mestre também guarda boas recordações da última vez em que Iderval esteve em Presidente Prudente, há dois anos, para visitar os amigos e familiares que moram na cidade.

“Nunca perdemos o contato um com o outro. Nós éramos amigos de pescaria. Participamos de rodas de capoeira em diferentes estados brasileiros”, contou Zebedeu ao G1.

“Minha tristeza é grande por perder um amigo capoeirista, mas, com certeza, ao toque das notas do berimbau, seu espírito estará presente”, lamentou o mestre.

G1/Prudente
10:10:03

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