Nos tribunais da Internet, não há contraditório nem ampla defesa. Sobram grosseria e arrogância, escasseiam civilidade, fidalguia e elegância. Qualquer um pode ser réu e todos se sentem no direito de julgar. Os juízes virtuais, sem toga, sem juramento, sem poder, sem concurso público e sem preparo, não hesitam em condenar. Destroem reputações, estimulam boicotes, pregam perseguições. São implacáveis. Por vezes se escondem no anonimato. Esquecem-se, talvez, que excessos são passíveis de responsabilização, nas esferas criminal e civil, em tribunais verdadeiros.
José Roberto Dantas Oliva