
Nesta semana, o HRCPP (Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente) realizou a chamada “awake craniotomy” ou “craniotomia acordada” em um paciente de 34 anos com um tumor no cérebro. A instituição realiza atendimentos somente para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). Em relação ao tratamento dos cânceres, alguns procedimentos mais elaborados requerem investimento em equipamentos de alta tecnologia não previstos pelo SUS. Sabendo disso, a instituição custeia cerca de 60% dessas abordagens com recursos de doação, como foi o caso dessa neurocirurgia.
Mesmo diante da suspensão de procedimentos eletivos em razão da falta de insumos no mercado e da redução dos atendimentos ambulatoriais por orientação da Vigilância Sanitária, o HRCPP continua trabalhando para oferecer o melhor tratamento possível para os pacientes da instituição.
Segundo Rodrigo Ferrari, neurocirurgião responsável pelo procedimento, a técnica já é utilizada no mundo todo há algum tempo e, ultimamente, vem sendo mais empregada para lesões que ficam próximas às áreas importantes do cérebro, principalmente a área da fala e a área motora. “O paciente é anestesiado e, durante o procedimento, retira-se a anestesia, extuba-se o paciente e ele passa a conversar com a equipe. Dessa forma, há um melhor controle para evitar déficits motores e da linguagem”, explica o neurocirurgião.
No procedimento realizado no HRCPP, a equipe utilizou um tablet para mostrar algumas imagens e solicitou que o paciente fosse reconhecendo-as, de modo que o neurofisiologista identificasse as atividades cerebrais durante o procedimento e orientasse o neurocirurgião.
Além disso, foi utilizado o neuronavegador, um aparelho que mostra ao cirurgião, durante a cirurgia, exatamente onde está localizado o tumor, por meio do exame de ressonância magnética realizada antes da cirurgia. “É como se fosse um GPS a nos guiar durante o procedimento”, acrescenta o médico.
O Imparcial
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