Extrema vulnerabilidade

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DIAS ATRÁS ESTIVE EM PRESIDENTE PRUDENTE e presenciei esta cena. Era por volta das 9 horas. Um homem permanecia dormindo na calçada. Sono profundo num dos locais mais movimentados da cidade, perto do INSS.

Os carros que estacionavam ou passavam não o incomodavam. A sua silhueta na calçada sim, incomodava quem passava a pé. Seu estado de vulnerabilidade chama a atenção. É ruim ver um ser humano naquele estado. A sua perna direita, altura do joelho, mostrava uma ferida profunda, frequentada por moscas.

Uma pessoa que se propõe ao abandono e vive à margem da necessidade de assistência pública. Ali falta tudo. Não há família, conforto, água, teto, comida e saúde. Cena que demonstra o quanto o nosso país ainda está longe de um modelo social de sucesso.

Após fotografar, fiquei pensando o que leva um ser humano a propor uma vida assim? Como a sociedade e o poder público devem agir para não vermos mais cenas dessas em nossos centros urbanos? É questão difícil de responder, pois qualquer reflexão sobre este estado de degeneração humana, também toca em nosso íntimo. Onde estamos errando para que alguém chegue a este estado?

Temos que denunciar, cobrar mais os nossos líderes políticos. Fazer valer de verdade as ações sociais que valorizem o ser humano, que ele seja prioridade. Aquele homem deitado ali, jogado às traças, nos lembra o quão seria precioso o pagamento de nossos impostos se eles realmente chegassem para quem precisa.

Duro, mas realidade, e cena que dói.

12:16:10

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