Entenda a diferença entre eficácia, eficiência e efetividade das vacinas

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Desde que os primeiros testes clínicos das vacina contra a Covid-19 começaram, muito se fala sobre a chamada taxa de eficácia de cada uma delas. No entanto, apesar de fundamental, ela não é o único dado importante a se levar em consideração quando as substâncias são comparadas, principalmente as que já estão em uso atualmente.

Para o epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Andrade Lotufo, além da eficácia, deve-se levar em consideração também a efetividade e a eficiência.

Para explicar esses conceitos, ele faz um paralelo com os ensaios que são feitos quando um novo remédio é lançado.

“É preciso recrutar pessoas disponíveis para o estudo, com um nível de educação mínimo para responder às perguntas, acesso a telefone, que não estejam deprimidas, que não tenham deficiências físicas e doenças”, afirma. “Isso é resultado de eficácia em uma população ideal.”

Considerando que o medicamento é aprovado, ele é lançado no mercado e todas as pessoas que haviam ficado de fora dos testes passam a tomá-lo. “Cai no mundo da realidade. Pode ser que haja mudanças nos resultados nas pessoas que foram excluídas. Isso é efetividade”, explicou Lotufo.

Ou seja:

  • Eficácia: é o mundo ideal, o desejado. Aqui a substância é analisada em um ambiente controlado. Ela é eficaz quando produz o efeito esperado.
  • Efetividade: é o mundo real, com todas as adversidades. Aqui a substância é colocada à prova com um conjunto diverso de pessoas, em suas mais adversas condições. Ela é efetiva quando observada da perspectiva realista.

E a eficiência?

A eficiência está atrelada à relação custo-efetividade. “Tem que pesar o quanto aquilo é efetivo e o quanto está custando”, disse Lotufo.

O professor explica que uma vacina considerada mais barata, comparada a um imunizante que exige duas doses para funcionar, por exemplo, pode ficar menos em conta, já que exigirá o custo de duas aplicações.

Questionado se é possível dizer qual a substância atual mais eficaz, a mais efetiva e a mais eficiente, ele afirma que ainda não há como determinar. “Tem que tomar a vacina que existe, o que importa é isso. Não se pode desperdiçar a oportunidade.”

CNN
09:40:02

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