O dólar caía contra o real nesta quinta-feira, chegando a cravar 5,12 reais na mínima do dia, com o posicionamento mais agressivo do Banco Central do Brasil na reunião de política monetária da véspera elevando a atratividade da moeda brasileira, embora preocupações fiscais continuassem no radar.
Às 10:16, o dólar recuava 1,20%, a 5,1267 reais na venda, depois de chegar a cair 1,33% na mínima do dia, a 5,1200 reais.
O contrato mais líquido de dólar futuro caía 0,72%, a 5,1495 reais.
O BC elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual na quarta-feira, a 5,25% ao ano, indicando que deve repetir a dose em setembro diante das pressões inflacionárias. Para domá-las, o BC também apontou que a necessidade agora é de uma taxa básica de juros acima do patamar neutro, ou seja, em nível suficiente para desaquecer a economia.
“Foi a maior alta de juros desde 2003”, relembrou Felipe Steiman, gerente comercial da B&T Câmbio. “Ela veio em linha com o que o mercado esperava e tem apresentado efeito nesta manhã”, disse ele à Reuters, referindo-se ao movimento de desvalorização do dólar.
Ele acrescentou que a previsão para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC é de que a postura mais dura seja mantida, o que pode continuar a puxar o dólar para baixo.
Um maior diferencial de juros entre o Brasil e países de economias avançadas tende a beneficiar o real, principalmente devido a estratégias de “carry trade”. Elas consistem na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo e compra de contratos futuros de uma divisa de juro maior (como o real), de forma que o investidor ganha com a diferença de taxas.
Ansa
10:30:02