A prorrogação da desoneração da folha até dezembro de 2021 pode salvar de 500 mil até 1 milhão de empregos, afirma associação de indústrias.
A extensão do benefício às empresas foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na MP (Medida Provisória) 936/2020, que permite reduzir jornada de trabalho e salário em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Em entrevista ao R7 Planalto, José Velloso Dias Cardoso, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), defende que o Congresso Nacional aprove a derrubada do veto presidencial.
“O veto do presidente Jair Bolsonaro atinge cerca de 17 setores. Juntos, empregam cerca de 12 milhões de trabalhadores, diretos e indiretamente. Uma desoneração nesse momento da maior crise econômica da história deve gerar desemprego para 500 mil até 1 milhão de pessoas”, afirma.
Além do possível desemprego de milhares de pessoas, Velloso argumenta que a possibilidade de descumprimento da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), justificativa dada no veto presidencial, não é válida.
“Não cabe dizer que é medida estranha, como na justificativa dada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, porque não é. Não cabe utilizar o artigo 14, uma vez que a lei complementar 173 afastou a obrigatoriedade de usar a Lei de Responsabilidade Fiscal durante o estado de calamidade”, contrapõe Velloso. “No caso do artigo 36, que diz que caso não haja previsão de impacto utilizar a do ano anterior. E, também, o artigo 34, que vai ser somado 1% na alíquota de cofins de importação”, completa.
O presidente da associação explica que o procedimento, com desoneração na folha, vem sendo utilizado desde 2011. “É um processo de dez anos. Ora, se o processo normal é assim há dez anos, não cabe dizer que agora eu estou fazendo renúncia. O que eu não quero fazer é exoneração no 10º ano e justamente em meio à maior crise que o país enfrenta”, afirma.
R7
11:40:02