Catástrofe no RS: mais de 1,4 milhão de pessoas afetadas

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Enchentes devido ao grande volume deixaram rastro de destruição sem precedentes no Rio Grande do Sul; não há previsão de quando as águas vão recuar para níveis seguros. Número de mortos chega a 90.Os temporais que atingiram o Rio Grande do Sul desde o fim de abril deixaram cidades inteiras ilhadas e pessoas isoladas, aguardando resgate por helicópteros, barcos, jetskis e caminhões do Exército, algumas de cima de telhados ou na beira de estradas. Ao todo, 397 dos 497 foram atingidos, afetando diretamente mais de 1,4 milhão de pessoas.

O número de mortos decorrentes dos alagamentos subiu para 90, em ao menos 38 municípios, segundo dados da Defesa Civil. Outros quatro óbitos estão em investigação para confirmar se tiveram relação com as enchentes. Há 131 pessoas desaparecidas e 362 feridas.

O governo do estado fez um alerta nesta segunda (06/05) para o risco de novas enchentes, sobretudo em municípios localizados ao redor da Lagoa dos Patos, no sul. Estima-se que a água represada na região de Porto Alegre deve descer para a lagoa nos próximos dias.

Voluntários e membros de equipes de resgate relatam o drama de procurar sobreviventes em meio a uma tragédia sem trégua prevista.

“É um cenário muito triste, porque à noite é um breu. Eles [membros da equipe de resgate] escutam pessoas pedindo socorro, daí a pouco não ouvem mais, não sabem se a pessoa cansou, se a pessoa morreu”, relata Andressa Batista, que teve a casa submersa em Porto Alegre e agora trabalha como voluntária.

“Saí só com o básico, levei meu cachorro, meu gato, vim para cá e o resto estava tudo lá. E agora a água está no teto. Aí perdi os livros da universidade, perdi toda a minha história, debaixo d’água. Vim aqui para ajudar na logística e tentar encontrar voluntários para me ajudar na logística” disse à DW.

A tragédia climática deixou pelo menos 336 municípios em estado de emergência, o equivalente a 67% das cidades gaúchas. O governo estadual classifica a situação como a maior catástrofe climática já vivida na região.

Entre as cidades em situação de calamidade, está a capital, Porto Alegre, e outras localidades populosas como Canoas e Caxias do Sul. Mais de 156 mil pessoas estão desalojadas no estado, e mais de 48 mil estão em abrigos.

Municípios estão com fornecimento prejudicado de água tratada, energia elétrica, sinal de telefone e internet. De acordo com boletim da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), divulgado às 17h de segunda-feira (6), 750 mil imóveis estão desabastecidos em 51 municípios de sua área de atendimento. Estima-se que 85% das pessoas em Porto Alegre esteja sem água potável. DW

 

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