Atleta do tiro com arco quer ser 1º indígena a representar Brasil numa Olimpíada

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O indígena Gustavo Santos, 25 anos, domina o arco e a flecha. É capaz de caçar animais no meio da mata e pescar peixes no rio com facilidade. A sua habilidade com o instrumento lhe ajudou a se tornar um atleta profissional da modalidade. Gustavo trocou o arco nativo pelo olímpico e desde 2019 integra a seleção brasileira.

Com o apoio do projeto Arquearia Indígena, da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), busca se tornar o primeiro atleta indígena a representar o Brasil em uma edição dos Jogos Olímpicos.

Gustavo, ou melhor, Ywytu, seu nome indígena que significa vento, é nascido na comunidade Nova Canaã, no baixo Rio Negro, interior do Amazonas, Estado considerado o segundo polo de formação de atletas, atrás do Rio de Janeiro. Sua trajetória no tiro com arco profissional começou aos 16 anos, em 2014, quando foi descoberto pelo Projeto Arquearia Indígena, da FAS.

Ele viu que levava jeito e decidiu apostar na modalidade. Passou pela seleção brasileira de base, começou a alcançar resultados expressivos nacionalmente e a competir em torneios internacionais. Foi bicampeão brasileiro por equipes e também nas duplas mistas e prata nos Jogos Sul-Americanos. Mas ainda não alcançou o maior sonho: tornar-se um atleta olímpico.

“No meu primeiro campeonato, não passei sequer da primeira fase. Já aprendi muito ao longo do percurso. Cresci bastante”, diz o arqueiro ao Estadão. “O que falta no meu currículo esportivo é uma Olimpíada. Quero ser o primeiro indígena do Brasil nos Jogos Olímpicos”, salienta o atleta, que ficou em décimo na seletiva para Tóquio, fora, portanto, dos classificados.

O Brasil mandou para Tóquio dois arqueiros, um de cada gênero: Marcus Vinicius D’Almeida e Ane Marcelle dos Santos. Se o País conseguir a classificação por equipes, as chances de Gustavo estar em Paris-2024 aumentam, até porque competir com Marcus, o maior arqueiro brasileiro atualmente, não é das tarefas mais fáceis.

Estadão Conteúdo
09:40:02

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