Em 2014, 20 casos de racismo foram registrados no futebol brasileiro. Hoje, seis anos depois, são 67 ocorrências. Houve um aumento de 235% desse tipo de preconceito no meio esportivo. Isso é o que mostra o mais recente relatório do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, publicado em novembro deste ano. Esse aumento na série anual também se manifesta quando o dado é comparado com o da temporada anterior. Em proporções menores, mas não menos preocupantes, entre 2018 e 2019, os casos de racismo foram ampliados em 52%.
O relatório de 2020 ainda não foi concluído. E, apesar das ocorrências deste tipo de discriminação estarem no centro do debate público no ano, os registros tendem a ser menores no futebol. Isso por causa da pandemia do novo coronavírus, que encurtou o período de competições. Mesmo assim, Marcelo Carvalho, fundador do Observatório, faz um alerta para o número elevado de casos já registrados.
“Em 2020, a bola rolou num período de meses menor. Se compararmos com 2019, a quantidade de ocorrências será consequentemente inferior. Mas, proporcionalmente, temos um número que quase se iguala ao da temporada anterior. Monitoramos 28 casos em seis meses. Se dobrarmos, serão 56”, avalia Marcelo Carvalho, em entrevista ao Estadão.
Estadão Conteúdo
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