Uma moto foi roubada ou furtada no estado de São Paulo a cada 16 minutos em 2021, de acordo com o boletim econômico da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado) e do Grupo Tracker. Foram 33.394 ocorrências que envolveram motocicletas no ano passado. Isso representa quatro crimes por hora.
Os números analisados são da Secretaria de Segurança Pública. Os furtos de moto cresceram 26,91% na comparação com o ano anterior, enquanto os roubos apresentaram queda de 6,35%.
“De certa forma houve uma migração: caíram os roubos de moto, mas cresceram os furtos. Mudou o modo de atuação dos criminosos na pandemia. O crime de oportunidade é quando as motos estão estacionadas nas ruas e eles levam. No período de isolamento, com todos dentro de casa, não tinha oferta de motos nas ruas, então mudaram a atuação para garagens e residências. O furto é também um crime mais brando”, afirmou Erivaldo Vieira, professor de economia e pesquisador da Fecap.
Segundo ele, com a flexibilização, a tendência é que os números voltem aos patamares anteriores à pandemia de Covid-19.
Cerca de 80% das motos roubadas (mediante violência ou ameaça) ou furtadas são transformadas em peças a serem vendidas no mercado paralelo, outra parte vai para leilões e alguns veículos são usados pelos criminosos em outras ações.
“A indústria do crime é altamente complexa e envolve as pessoas que roubam, outros que transportam para desmanche, os que verificam se a moto tem rastreador, outro grupo que faz o desmonte, quem faz a documentação das peças, é uma cadeia com diversos elos. Há um caminho até a distribuição”, explica o pesquisador.
R7
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