Vinho mais antigo é encontrado em urna funerária dentro de tumba romana

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Pesquisadores espanhóis afirmam ter encontrado o vinho mais antigo do mundo, com data de 2 mil anos, dentro de uma urna funerária, localizada em uma tumba romana. A descoberta, publicada este ano no Jornal de Ciência Arqueológica, foi feita em uma tumba escondida no subsolo de uma casa na cidade de Carmona, na província de Sevilha, sul da Espanha.

Segundo os estudiosos, o vinho mais antigo descoberto em forma líquida tem tonalidade marrom-avermelhada e apresenta características de ser encorpado. Além do vinho, a urna continha também os restos mortais cremados de um homem romano.

Os arqueólogos identificaram que os cerca de cinco litros de líquido avermelhado no frasco de vidro dentro da urna não vinham de condensação ou inundação. Os testes mostraram que a substância tinha um PH de 7,5 – próximo ao da água – com elementos químicos muito semelhantes aos dos vinhos atuais.

A cor do líquido, de acordo com o estudo, foi causada pelas reações químicas no vinho por conta dos 2 mil anos de armazenamento. As análises foram realizadas por especialistas da Universidade de Córdoba. Apesar da cor, o vinho, na verdade, não era tinto, mas sim branco.

Eles identificaram isso por meio de biomarcadores e compostos químicos da bebida, que foram comparados com os vinhos tipicamente encontrados naquela região da Espanha. O ácido siríngico é formado quando o vinho tinto se decompõe, mas ele não estava presente no líquido da urna. Assim, eles descobriram que o vinho era branco.

“O vinho acabou por ser bastante semelhante aos vinhos daqui da Andaluzia: vinhos do tipo xerez (feito geralmente com a combinação de três tipos de uvas brancas)”, traz na pesquisa Ruiz Arrebola, químico orgânico da Universidade de Córdoba que liderou a análise do vinho.

Apesar da mistura entre a bebida e os restos mortais, eles identificam que o líquido não é tóxico, por meio de uma análise microbiológica. O químico e a equipe esperam que as técnicas que desenvolveram durante as investigações da urna ajudem outros pesquisadores que estudam comida e vinho antigos.

Conforme o artigo científico, antes da descoberta o vinho mais antigo preservado em estado líquido era uma garrafa escavada em um túmulo romano perto da cidade alemã de Speyer, em 1867, e datada de cerca de 325 D.C. EC

 

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