Um pouco da história da Paixão de Cristo em Presidente Venceslau

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“O trabalho era feito na raça. Não podia ter erro e a concentração tinha que ser total”, diz Toninho Moré. ISM/BT

Há pouco, deitado ao lado de Bel no silêncio desta Sexta-feira da Paixão, recordei algo que parecia ter se perdido em minha memória. “Eu já fui o operador de áudio da Paixão de Cristo em Presidente Venceslau, isso aconteceu por duas vezes consecutivas nas apresentações realizadas no Campo de Beisebol da AREA. Isso mesmo.

Pode ter sido nos anos de 1976 e 1977, pois em uma delas me recordo de estar servindo no Tiro de Guerra. E lembrei de outras coisas também. O áudio foi gravado nos estúdios da Rádio Presidente Venceslau AM e eu também participei da gravação, operando a mesa de som.

Diversos personagens do elenco que se apresentavam nos palcos foram até a emissora para gravar os diálogos. Tudo era coordenado por Nelson Oberlaender, que na época também liderava o grupo de teatro PETEVA.

Todo o áudio foi gravado em fitas de rolo, que depois foram transferidas para fitas cassete. Haviam duas consideradas mestres e outras contendo músicas, uma para cada canção utilizada no teatro.

Lembro-me de estar no campo da área, posicionado onde ficam os atletas, sob a arquibancada. Lá, diante de uma enorme mesa de som, semelhante às de shows, e três tape-decks, eu acompanhava o desenrolar da peça, controlando o áudio das vozes e simultaneamente mixando os fundos musicais, as músicas de impacto e os efeitos sonoros.

Recordo-me de Nelson, sempre com um cigarro na mão, percorrendo agitadamente os setores de encenação e às vezes indicando em minha direção, pedindo para que eu ajustasse o som da música e aguardasse um pouco antes de inserir o áudio.

Era uma verdadeira loucura fazer tudo aquilo. Para ouvir as trilhas (músicas), usava um fone de ouvido mono com um único alto-falante, ajustando-o manualmente para colocar as fitas no ponto certo.

Eu era responsável pelo áudio e também pelo andamento de todos aqueles artistas e figurantes. Um trabalho feito com determinação, sem a tecnologia disponível hoje em dia. E pasmem, o trabalho de 1977 recebeu muitos elogios do Subtenente Valdomiro, que estava muito orgulhoso de ter um atirador em uma parte tão crucial da encenação. E aquele dia foi realmente bom, pois não me lembro de ter cometido nenhum erro no trabalho.

Ah! Não posso esquecer que os tape-decks e todo o equipamento de som foram fornecidos pela J. Som, sob a supervisão de José Carlos Pereira, nosso querido professor de português e áudio.

Não me lembro dos atores principais daquela época, mas recordo vividamente da grande satisfação e prazer que tive em fazer parte de tudo aquilo.

Também não recordo se houve alguma apresentação nesse sentido antes das duas que menciono neste texto. Já se passaram 47 anos e as apresentações da Paixão de Cristo continuam em Presidente Venceslau. Toninho Moré

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