Raphael Balhestero escreve… “Um retrato cru da política local”

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Um retrato cru da política local


As sessões de segunda-feira na Câmara são um espetáculo de demagogia e hipocrisia, uma triste realidade que já não surpreende ninguém. Mas o abismo moral parece nunca ter fundo, e o que testemunhamos ontem foi simplesmente revoltante. Se já não bastasse a sessão sempre começar atrasado cerca de 20 minutos, aliás como é rotina todas as segundas-feiras, em um dia crucial com a votação do projeto da nova taxa de lixo proposto pela prefeita, a transmissão da sessão foi uma lástima, como se o Presidente da Câmara, propositalmente, quisesse esconder a vergonha que estava prestes a ocorrer.

A sessão foi marcada por discursos vazios, políticos bravateiros, que no whatsapp prometiam confrontar a prefeita recorrendo a clichês baratos para sair pela tangente, em um nível nunca antes visto. Mas a votação foi o ápice da vergonha! O projeto do novo imposto da prefeita foi tão mal elaborado que bastaram poucos minutos de argumentação para que o amadorismo da proposta ficasse clarividente, mas em um momento de aparente desespero, o presidente da câmara suspendeu a sessão por cerca de 25 minutos, um desrespeito completo com os cidadãos que acompanhavam atentamente.

A votação revelou o quão terrivelmente somos representados. Após ensaiarem por tanto tempo, eles erraram na hora de votar!  O Presidente, desdenhando da inteligência do povo, repetiu a votação, uma das cenas mais patéticas e vergonhosas da história da Câmara. Ouvir os sussurros dos vereadores confusos, admitindo que apenas repetiram o votos do colega anterior, foi uma afronta à nossa inteligência.

No entanto, não se enganem, as reuniões no paço municipal que costumavam ocorrer rotineiramente retornarão, provavelmente hoje mesmo, mas nas sombras, é claro. O “símbolo de união saudável entre legislativo e executivo” como dizia um certo vereador camaleônico, no momento parece ser coisa do passado, ou seja tudo como foi ontem, uma peça de teatro muito ruim e pessimamente ensaiada. Infelizmente, para os cidadãos de Venceslau, ainda teremos que suportar mais de um ano dessa mistura de Trapalhões com Esquadrilha Abutre, com raras exceções é claro, pois há sim vereadores fazendo um trabalho digno.

Mas devo parar por aqui, antes que aquele jovem, embalado pelo frescor da juventude, repita o absurdo que proferiu na tribuna: “criticar não é democracia”, lamentável!


RAPHAEL BALHESTERO JUNIOR
Advogado e ex-vereador em Presidente Venceslau


*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Blog do Toninho

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