A OpenAI, dona do ChatGPT, está considerando permitir que sua inteligência artificial gere conteúdos pornográficos, violentos e explícitos. A avaliação foi feita em um documento publicado na quarta-feira, 8, que discute como os modelos da OpenAI devem se comportar.
“Acreditamos que os desenvolvedores e usuários devem ter a flexibilidade de usar nossos serviços como acharem melhor, desde que cumpram nossas políticas de uso”, disse a OpenAI, em resposta à diretriz de não permitir que seus modelos respondam com conteúdo NSFW (não seguro para o trabalho), incluindo conteúdo erótico, violência extrema, insultos e palavrões não solicitados.
“Estamos explorando se podemos fornecer de forma responsável a capacidade de gerar conteúdo NSFW em contextos apropriados para a idade por meio da API e do ChatGPT. Estamos ansiosos para entender melhor as expectativas dos usuários e da sociedade em relação ao comportamento do modelo nesta área.”
Respondendo a uma solicitação da rádio pública americana NPR, Joanne Jang, funcionária da empresa com sede em São Francisco, que trabalhou no documento, disse que a OpenAI quer iniciar uma discussão sobre se a geração de texto erótico e imagens de nudez deveria sempre ser banida de seus produtos. Deepfakes, no entanto, continuariam proibidos, segundo Jang.
“Queremos garantir que as pessoas tenham o máximo de controle na medida em que isso não viole a lei ou os direitos de outras pessoas, mas permitir deepfakes está fora de questão, ponto final”, disse Jang. “Isso não significa que estamos tentando agora criar pornografia de IA.”
Jang explica que há casos criativos em que conteúdo envolvendo sexualidade e nudez é importante para os usuários.
Por meio de um porta-voz, a OpenAI reforçou na quinta-feira, 9, que a empresa não tem intenção de permitir a geração de pornografia gerada por IA e deepfakes, mas que acredita “na importância de explorar cuidadosamente conversas sobre sexualidade em contextos apropriados para a idade”.
Em março, Mira Murati, diretor da tecnologia da OpenAI, afirmou que a companhia não descarta a geração de imagens de nudez no Sora, nova IA da startup capaz de produzir vídeos realistas a partir de comandos de texto. EC