Polícia Civil investiga financiamentos falsos de veículos em garagem de Presidente Venceslau

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Polícia Civil continua nas investigações sobre o caso. Imagem: Polícia Civil

A Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio da Central de Polícia Judiciária de Presidente Venceslau, deflagrou nesta quinta-feira (26) a “Operação Vultus”, que apura a atuação de uma associação criminosa dedicada à prática reiterada de delitos de estelionato, cometidos através de financiamentos fraudados de veículos automotores e posterior lavagem de capitais.

Estão sendo cumpridos hoje dois mandados mandados de busca domiciliar em Presidente Venceslau, além de outros dois na cidade São Paulo, dois em Curitiba, e três em Sapiranga no Rio Grande do Sul.

Os fatos investigados recaem sobre a atuação de uma revenda de veículos de Presidente Venceslau, cuja identidade não foi revelada pela Polícia Civil. De acordo com informações das autoridades, após a celebração de contrato de correspondente com uma financeira de créditos, o grupo passou a formalizar e encaminhar diversas propostas de financiamentos de veículos automotores, supostamente negociados na revenda de Venceslau.

“Ocorreu que, em ao menos 11 contratos de financiamentos, que alcançaram o montante superior a R$ 700.000,00 (setecentos mil reais), as vítimas, todas mulheres e residentes na região da grande São Paulo, contestaram os financiamentos celebrados com a financeira e alegaram, inclusive, jamais terem comparecido a cidade de Presidente Venceslau. Da mesma forma, descobriu-se que os então proprietários dos automóveis objetos das alienações desconheciam os fatos, ou seja, sequer sabiam que os seus automóveis estavam sendo usados em contratos de alienação”, diz a nota da Polícia Civil divulgada na manhã de hoje.

As investigações iniciais revelaram então que a revenda de veículos estaria formalizando contratos de financiamentos envolvendo a negociação fictícia de veículos e, para a aprovação do crédito, diante da necessidade de validação por meio de reconhecimento facial da pessoa que supostamente estaria fazendo a aquisição do automóvel, sendo todas mulheres, providenciavam o contato com as vítimas, nas respectivas datas de seus aniversários, forjando a entrega de um buque de flores.

Durante a entrega das flores as vítimas eram submetidas a um novel engodo, sendo convencidas a realizar um registro fotográfico, do “tipo selfie” que, na verdade, funcionava como a validação do reconhecimento facial e a liberação dos valores em favor da revenda, restando a essas mulheres o prejuízo do financiamento pendente e a implicação de gravames nos veículos de terceiros, estes também envolvidos indevidamente nas fraudes.

Assim, as vítimas aniversariantes acreditavam estarem sendo fotografadas a pedido dos remetentes daquelas flores, quando na verdade, chancelavam o falso e ilícito contrato, concretizando a alienação com aquela foto que funcionava como uma assinatura digital.

Estima-se que o grupo criminoso já causou prejuízo a pelo menos 50 vítimas em todo o Estado de São Paulo. Até o momento, foram apreendidos documentos, computadores e celulares, que serão analisados e periciados.

Um dos veículos, um Fiat Uno, utilizados para a entrega de flores, foi localizado, após intenso trabalho investigativo, em uma oficina, em São Paulo.

As diligências continuam para localização e oitiva dos envolvidos no cometimento do crime. As ações policiais contaram em São Paulo, com o apoio de Policiais Civis do DOPE – Departamento de Operações Policiais Estratégicas; em Curitiba/PR do COPE – Centro de Operações Policiais Especiais da Polícia Civil do Paraná e de Policiais Civis da Delegacia de Polícia de Sapiranga para as diligências no Estado do Rio Grande do Sul.

A primeira etapa da operação busca colher outros elementos de informação e avançar em relação a outras pessoas, ainda não identificadas, e que fazem parte do esquema criminoso. AGÊNCIA MORÉ com informações da Polícia Civil. 

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