Mais um ídolo sobe

Para um ídolo
ERASMO, UMA ESTRELA QUE MUDA DE LUGAR

Acabei de ver as homenagens feitas na TV para Erasmo Carlos e corri para o computador. Abri o Spotify em seu canal e estão lá todas as suas músicas. Ao lado de Roberto Carlos, tem a mais bela discografia do Brasil.

Logo fui na canção “Sentado a beira do caminho”, essa música tem uma particularidade especial para mim, era a canção preferida de minha mãe. Toda vez que a ouço, lembro da pessoa mais linda que conheci na vida.

Esse grandão, roqueiro era um dos caras mais românticos do Brasil. Tudo o que ele escreveu para Roberto, para os amigos e para ele, tem um pouco de minha história.

Cresci dentro de uma discoteca e a música é uma de minhas paixões, meu combustível. Todas as semanas, pelo menos duas vezes, me jogo num canto para curtir música.

Lembro de Erasmo Carlos sempre através de Roberto Carlos. Na infância, ligava um vitrolão do Clóvis escondido para ouvir.

“Ele é o bom, é o bom, é obom
Meu carro é vermelho
Não uso espelho pra me pentear”…

ou “Namoradinha de um Amigo meu” do Roberto.

Depois crescendo, fui curtindo, em 1971, fiquei totalmente apaixonado por “Detalhes”, que acho ser a música mais bonita do Brasil. Não há nada mais completo entre letra, musicalidade e arranjo (específico) do que esta canção. De quem é a letra? Erasmo…

E assim vieram outras românticas incríveis que embalavam nossa vida, nossas paixões. O disco de 1977 é um primor. Lindo demais. Foi nessa produção que Roberto Carlos lhe apresentou a letra “Amigo” e Erasmo lhe deu “Não se esqueça de mim”, dois clássicos.

E o Ivan (meu irmão), que em plena UTI pediu um celular com fone para ouvir o Roberto cantando as músicas dele e do Erasmo….

A trajetória de Erasmo Carlos como letrista mostra um poeta totalmente apaixonado, que de repente se vê transportando sua caneta para recantos bonitos, frases de efeito ao amor de toques, beijos, abraços, encantos, prazer…

“De manhã, o bom dia na cama
A conversa informal
O beijo depois do café
O Cigarro e o jornal

Os costumes me falam de coisas
E fatos antigos
Não me esqueça das tardes alegres
Com nossos amigos

Um final de programa, fim de madrugada
O aconchego na cama, a luz apagada
Essas coisas só mesmo com tempo
Se pode esquecer” (Costumes)

São tantas coisas boas para ouvir, ver e sentir de Erasmo, que fica difícil fazer um texto curto.

Prefiro ele romântico, “Amar pra viver ou morrer de amor”, “Um dia gatinha manhosa eu prendo você no meu coração”…

É, os nossos ídolos estão indo embora. Nestes dias perdemos quatros deles. Ficamos tristes, mas música não morre, e por isso eles são eternos.

Mas você já pensou no privilégio de ver tudo isso que nos já vimos? Tivemos o privilégio de ter Erasmo, Lennon, Gal, Michael Jackson e outras feras como autores da trilha sonora de nossas vidas… É demais, não?

“Estrelas mudam de lugar”

Vai Erasmo e obrigado por tudo!

(Este texto é dedicado a Ivan Moré, Clóvis Moré e Mauro Villanova)

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