Mais de 2,5 milhões de mulheres não trabalharam para cuidar de parentes ou das tarefas domésticas, diz IBGE

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Mãe e bebê — Foto: William Fortunato/Pexels
Mãe e bebê — Foto: William Fortunato/Pexels

Quase 7 milhões de mulheres faziam parte do grupo de jovens que não estudavam e nem estavam ocupados em 2022. Elas representam nada menos que 63,4% dos mais de 10,8 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos que estavam nesta situação no ano passado.

Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais 2023, estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta quarta-feira (6).

A pesquisa faz uma análise das condições de vida da população brasileira em 2023, incluindo mercado de trabalho, indicadores de rendimentos, condições de moradia e educação. Um dos cortes traça o perfil da população conhecida popularmente como “nem-nem” (nem estuda, nem trabalha).

O instituto, porém, prefere a sigla “Neno” para definir os jovens que “não estudam e nem estão ocupados”. E, apesar de uma queda de 14,3% em relação ao ano anterior, consequência de um reaquecimento do mercado de trabalho, o padrão demográfico dos Neno continua sem alteração. A ampla maioria é feminina, com 4,7 milhões de mulheres pretas ou pardas e 2,1 milhões de brancas.

E o principal motivo que as tirou do mercado de trabalho foi o cuidado. Mais de 2 milhões disseram que não tomavam providências para conseguir trabalho porque precisavam cuidar dos afazeres domésticos ou tomar conta de parentes.

Outras 553 mil mulheres que procuravam trabalho também mencionaram o trabalho doméstico e cuidado com familiares como impeditivos. Ao todo, portanto, mais de 2,5 milhões de mulheres.

A título de comparação, o contingente de homens que saíram do mercado pelo mesmo motivo e não procuravam emprego foi de 80 mil. O principal motivo alegado por eles foram os problemas de saúde, com 420 mil.

Entre aqueles que queriam trabalhar, apenas 17 mil mencionaram questões domésticas. A alegação mais recorrente, para 356 mil homens, é de que não havia trabalho na localidade. Entre as mulheres, 484 mil mulheres disseram o mesmo.

Há essa diferenciação porque os jovens Neno podem estar fora da força de trabalho ou desocupados. No caso, quem procura emprego é considerado desocupado. Em 2022, 65,9% estavam fora da força de trabalho e 34,1% desocupados.

Por diferentes motivos — como estudo, falta de trabalho disponível ou cuidado — 4,7 milhões de jovens não procuraram trabalho e nem gostariam de trabalhar, segundo o IBGE. G1

 

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Agência Moré de Notícias