A Itália assumiu o controle do novo centro de migrantes de Shengjin, na Albânia, como parte de um acordo entre Tirana e o governo da primeira-ministra Giorgia Meloni para que Roma opere três instalações para requerentes de asilo em território albanês.
“A instalação está pronta. Ontem as obras foram concluídas e passou sob gestão italiana”, declarou Sander Marashi, diretor do porto de Shengjin, que fica a cerca de 70 quilômetros da capital da Albânia.
Nesta quarta-feira (5), Meloni e o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, visitam o chamado “hotspot”.
A Itália vai criar dois centros de registro de migrantes e um centro para deter refugiados que aguardam repatriamento, com uma despesa total de quase 34 milhões de euros por ano.
O acordo, assinado por Meloni e Rama em Roma, em novembro passado, prevê a recepção e processamento de até 3 mil migrantes e refugiados resgatados por navios italianos por mês.
Pessoas com necessidades especiais, como idosos, crianças ou mulheres grávidas, migrantes e refugiados que foram resgatados por navios geridos por ONG e indivíduos que desembarcam diretamente em solo italiano serão excluídos do acordo.
Desde que tomou posse, em 2022, o governo Meloni tem abordado países terceiros numa tentativa de travar a migração irregular por via marítima para Itália.
A oposição italiana criticou o acordo com a Albânia, acusando-o de criar uma “nova prisão de Guantánamo” e de supostamente violar a Constituição italiana. A Conferência Episcopal Italiana (CEI) e o Conselho da Europa também criticaram o tratado.
O governo Meloni, por sua vez, rejeita as acusações. Alguns outros países da EU, inclusive, afirmaram que é um modelo que poderia ser imitado, bem como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. (ANSA).