As potências nucleares modernizaram seus arsenais atômicos devido ao aumento das tensões geopolíticas e aumentaram os gastos no setor em um terço nos últimos cinco anos, apontam dois estudos divulgados nesta segunda-feira.
De acordo com a Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN, sigla em inglês), os nove Estados com armas nucleares – Rússia, Estados Unidos, França, Índia, China, Israel, Reino Unido, Paquistão e Coreia do Norte – gastaram no ano passado o total de 91 bilhões de dólares (489 bilhões de reais).
O estudo mostra, em conjunto com outro publicado pelo Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri, sigla em inglês), que os gastos destes países aumentaram consideravelmente à medida que modernizaram suas armas nucleares e, inclusive, implantaram novos sistemas.
“Considero razoável afirmar que há uma corrida armamentista nuclear em curso”, declarou Melissa Parke, diretora do ICAN, à AFP.
“Não víamos as armas nucleares desempenharem um papel tão importante nas relações internacionais desde a Guerra Fria”, disse Wilfred Wan, que dirige um programa sobre as armas de destruição em massa do Sipri.
Segundo o instituto, o total de ogivas nucleares no mundo registrou leve queda: no início do ano eram 12.121, contra 12.512 no começo de 2023. AFP