
Hoje fiz uma foto diante da TV anunciando que estava começando a assistir a minha 14ª Copa do Mundo. Isso mesmo. Vejo copas deste quando tinha 12 anos em 1970, e a primeira foi muito especial.
Minha família morava no mesmo local onde resido hoje. Era uma casa de tábua na esquina da Araribóia com a Henrique Dias, casa 5. Essa rua era a conhecida boiadeira por qual passava o gado que vinha do sul da região em direção ao embarcadouro de trem que existia ali atrás da AABB. Era a última rua da cidade.
Meu pai (Nico Moré), havia comprado meses antes uma televisão do Sêo Ivo Pascoal, que tinha uma oficina de produtos eletrônicos. Não existiam tevês coloridas. Para pegar a imagem era uma chiadeira danada, com uma antena externa, colocada num cano que saia do lugar de sintonia a qualquer vento.
É claro, que quem viveu na época sabe daquela história – Tá pegando!… E agora, melhorou? – pois os gritos vinham lá de fora do operador do cano, virando o mesmo pra lá e pra cá. Agora a gente lembra e ri, né?
Então. Com minha casa munida pela televisão, chegou a copa que seria mostrada por imagens para todo o mundo. Era uma das poucas TVs da redondeza e logo chamou a atenção da vizinhança, que vinha em peso assistir aos jogos.
Lembro quase que perfeitamente de tudo. A porta da casa de madeira era virada para a rua Henrique Dias e do lado havia uma janela e eu assisti todos os jogos sentado na estronca da janela. A família toda viu os jogos ali na sala.
Foi um verdadeiro show daquela seleção fantástica de 1970. Neste período da competição, aconteceram alguns fatos. Os torcedores vizinhos soltavam rojões após as vitórias. As crianças traziam “bombinhas” e uma delas, no dia da final, estourou na mão de um garoto, que acabou perdendo o dedo.
Mas nada tirou a alegria de curtir aquilo tudo com a beleza da infância, a magia do futebol brasileiro com nada, nada menos que Pelé em campo, (rs)…
Não me lembro dos narradores e nem do canal que passou a copa naquele ano. Posso até olhar no Google para descobrir tudo isso, mas não quero. Prefiro ficar com a recordação gostosa daqueles dias mágicos, encantadores, que me fizeram amar ainda mais o futebol, esporte que pratiquei durante toda a minha vida.
Amo Copa do Mundo. Amo o Brasil.
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