
Na medida em que o ChatGPT amplia sua quantidade de adeptos e atualizações, o potencial por trás da inteligência artificial generativa (GenAI) percebido através do chatbot colabora com o aumento da insegurança profissional. Um relatório recente conduzido pela Hiring Lab, empresa americana que é braço de pesquisa do site de empregos Indeed, mostra que embora exista o potencial de haver uma disrupção no mercado de trabalho, os efeitos da IA generativa não serão sentidos igualmente em todas as profissões, mas podem afetar um quinto delas. A grande sacada (ou não) da pesquisa é que o resultado foi apontado pelo próprio chatbot desenvolvido pela OpenAI.
O relatório analisou mais de 55 milhões de vagas publicadas no Indeed nos Estados Unidos ao longo do último ano que mencionavam pelo menos uma habilidade de trabalho. Foram identificadas mais de 2,6 mil, que foram organizadas em 48 categorias.
Os pesquisadores então pediram ao ChatGPT para classificar a própria capacidade de realizar cada uma delas. E a resposta foi a seguinte:
• 19,8% dos empregos enfrentam o nível mais alto de exposição à IA generativa,
• 34,6% têm uma exposição mais baixa,
• 45,7% exposição moderada.
“Todas as revoluções geram impactos em modelos de trabalho”, afirmou Annina Hering, economista sênior do Hiring Lab do Indeed. “Foi assim com a Revolução Industrial e com a revolução digital e a transformação no processamento da informação. É um movimento conflituoso, mas natural.”
Embora a inteligência artificial generativa seja capaz de realizar diversas tarefas, Hering acredita que a tecnologia não irá substituir totalmente o trabalho humano.
Atividades como manicure e enfermagem, por exemplo, estão menos expostas.
Já as que se baseiam em dados, como programação e desenvolvimento de softwares, estão entre as mais ameaçadas.
Ainda assim, a IA não consegue suprir requisitos necessários em vários cargos. Por isso, o que pode e deve acontecer é uma soma de expertises, principalmente se a automação e realização de processos repetitivos forem levadas em consideração. “Quando olhamos para a GenAI, a enxergamos mais como instrumento com possibilidade de desbloquear o potencial humano do que substituí-lo”, afirmou Hering. IstoÉ Dinheiro