Após um ano sem celulares nas escolas do Rio de Janeiro, os alunos garantem que voltaram a brincar “como antigamente” e sua concentração nas aulas melhorou. Agora, é a vez do restante do Brasil.
Os estudantes brasileiros começaram o ano letivo com os celulares proibidos em salas de aula e recreios, após uma nova lei sancionada em janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O país, que tem mais celulares que habitantes, soma-se a um número crescente de nações que recorrem a este tipo de restrição para tirar os dispositivos das mãos de crianças e adolescentes, frequentemente hiperconectados.
“Foi difícil porque a gente vicia, aí acaba que quando fica sem [o celular], gera uma certa abstinência (…) Mas depois que o costume passa, a gente interage mais”, conta Kamilly Marques, de 14 anos.
Esta aluna da escola municipal Reverendo Martin Luther King, na zona norte do Rio, diz à AFP que nem mesmo se incomoda em levar o telefone para o colégio.
E ela não é a única. Apenas alguns poucos estudantes param debaixo de um grande mural do herói da luta pelos direitos civis americano que dá nome à escola para colocar seus aparelhos em caixas de plástico antes de entrar em sala de aula.
Embora a princípio tenha pensado que a proibição era “chata” e “sem graça”, agora Kamilly se sente mais feliz porque suas notas e sua vida social melhoraram.
“Antes tinha um colega que sofria cyberbullying, e a gente nem sabia, porque a gente estava mais concentrado no nosso telefone do que nos amigos”, admite. AFP