O asfalto, as calçadas, a impermeabilização do solo, as autênticas selvas de pedras, nos distanciam de coisas simples nas cidades, notadamente nos grandes centros. Nos fazem quase esquecer, por exemplo, do primitivo cheiro da terra molhada, que principia com as primeiras gotas de chuva que molham o chão e aplacam a poeira depois da seca. O aroma é bom. Faz bem. Fica na memória nostálgica de quem o sentiu. O ar fica limpo, perfumado, instiga a encher os pulmões. A explicação científica do fenômeno nada tem de poética: uma combinação química que envolve inclusive bactérias. Fiquemos com o bem-estar proporcionado pela agradável fragrância, uma espécie de aromaterapia que precisa ser assegurada também às gerações presentes e futuras, com a reserva de espaços de vegetação e terra na paisagem urbana.
JOSÉ ROBERTO DANTAS OLIVA
em 14 de março de 2024
@joserobertodantasoliva
