Brumadinho: após quatro anos, três vítimas seguem desaparecidas e nenhum réu foi julgado

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Maria de Lourdes, Nathália Oliveira e Tiago Tadeu seguem desaparecidos
EDIÇÃO / R7

Há quatro anos a família Oliveira procura palavras para explicar a morte repentina da jovem Nathália de Oliveira Porto Araújo, então com 25 anos, aos dois filhos pequenos dela.

Os parentes, que moram em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, também se perdem ao tentar dar uma justificativa para o motivo de o corpo não ter sido enterrado, apesar dos 48 meses desde o óbito.

“Dói muito ficar pensando onde ela pode estar. Onde o corpo dela está?”, questiona-se Rosilene Maria de Oliveira, prima que cresceu com Nathália, uma das 270 vítimas do rompimento da barragem da Mina de Córrego do Feijão, da Vale.

Nathália, que cursou técnica em mineração, era estagiária na mineradora. Ela estava no trabalho, às 12h28, quando o reservatório de rejeitos estourou. A jovem conversava com o marido ao telefone no momento do desastre.

“O Jorge [marido da Nathália] contou que ela disse que parecia estar acontecendo um terremoto. Então, a Nathália disse: “Deus, dai-me o livramento. Neste momento, a tragédia já estava perto dela, que não respondeu mais”, relata Rosilene.

Os momentos que se seguiram foram de tensão para a família. O marido chegou a ter esperança na sobrevivência da jovem ao conseguir sinal do GPS do celular dela, mas nada foi localizado. Nathália e outras três vítimas seguem desaparecidas até hoje.

Desde o dia da tragédia, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais mantém ativa a operação de buscas pelas pessoas levadas pela lama de rejeitos. Nestes 1.462 dias, os trabalhos foram suspensos apenas duas vezes: uma devido à pandemia de Covid-19 e outra pelas fortes chuvas que atingiram a Grande BH no início de 2020.

“Queremos oferecer aos familiares das vítimas o direito de se despedir do ente querido e iniciar novo ciclo”, comenta o tenente-coronel Ivan Santos Pereira Neto, um dos responsáveis pelo trabalho.

R7
09:10:02

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