/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/t/Y/KKWPgdRLOiMWBaqPFoxQ/image-41-.png)
O sonho de fazer com que voos supersônicos comerciais sejam tão comuns no futuro quanto é hoje pegar um ônibus para ir à praia deu um passo, na última sexta-feira (12), para se tornar realidade. A Nasa apresentou formalmente sua aeronave experimental X-59, capaz de romper a barreira do som sem causar quase nenhum ruído. A conquista elimina um dos grandes problemas do uso da velocidade hipersônica no dia a dia.
O X-59, fruto da colaboração entre a agência espacial norte-americana e a empresa aeronáutica Lockheed Martin, está programado para realizar seu primeiro voo em 2024. Um futuro cheio de atividades o aguarda: como revelou a Nasa na cerimônia de apresentação, o dispositivo passará anos sobrevoando certas áreas povoadas para coletar dados sobre voos supersônicos silenciosos, seus efeitos e sua recepção nessas comunidades
O objetivo é abrir caminho para uma nova geração de voos comerciais que possam viajar mais rápido que a velocidade do som e reduzir pela metade a duração das rotas: de Nova York a Londres, por exemplo, serão apenas três horas.
O artefato parece uma visão futurista e minimalista da fusão entre um avião e uma flecha. Com 30 metros de comprimento e 9 de largura, um terço da fuselagem é formado pelo nariz, longo e fino como o bico de uma cegonha. Algo que permite, como explicou a astronauta Pamela Melroy, evitar o acúmulo de ondas sonoras que provocam o estrondo característico da aviação supersônica. Em vez disso, o voo desta aeronave produz “um mero sussurro”, garantiu. Ou, no máximo, o som da porta de um carro se fechando, segundo engenheiros da agência espacial.
Cada um dos elementos do design peculiar é cuidadosamente pensado para reduzir ao mínimo o ruído. Desde as asas relativamente compactas até uma cabine localizada no meio da fuselagem e sem janela frontal. O piloto é guiado pelas imagens oferecidas por câmeras de alta definição e realidade aumentada instaladas na fuselagem e exibidas em um monitor, também de alta definição, dentro da cabine.
O único motor é colocado no topo do navio, para evitar que as ondas sonoras se acumulem sob o aparelho e causem ruído. A aeronave será capaz de voar a 1,4 vezes a velocidade do som, ou 1.485 quilômetros por hora.
O projeto Questt da Nasa, do qual o X-59 faz parte, procura recolher dados que permitirão aos reguladores aéreos suspender a proibição que existe há meio século aos voos supersónicos comerciais sobre terra. Esse veto nos Estados Unidos e em outros países se deve a transtornos causados às populações pelo barulho alto da travessia da barreira do som. FPe