A apreensão de veículos irregulares no Brasil aumentou 54% este ano em comparação com 2022. De acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), foram 1287 veículos apreendidos entre janeiro e 21 de outubro, contra 835 apreensões no mesmo período do ano passado. No último sábado (21), uma dessas irregularidades resultou em 5 mortos e 18 feridos — um ônibus vindo do Maranhão tombou na BR-070 de Ceilândia ao tentar fugir de uma escolta da agência.
Sobre o cenário atual do Brasil, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre Coletivo de Passageiros (Abrati), Paulo Alencar Porto Lima, avalia que ainda é necessário avançar no combate ao transporte clandestino. “Em um país de dimensão continental e tantas diferenças econômicas, a população de baixa renda muitas vezes acessa o transporte clandestino devido aos preços mais baixos. Mas a segurança e a vida precisa estar em primeiro lugar. Por isso, devemos aperfeiçoar os monitoramentos e a fiscalização nas estradas”, defende.
Lima explica que as empresas regularizadas seguem diversas normas de treinamento dos motoristas, carga horária, folgas e manutenção dos veículos. “Vários recursos são utilizados para garantir que os ônibus estão com a devida capacidade técnica. E uma das maneiras da população descobrir se o veículo é regular, por exemplo, é saber onde será o embarque. Embarques em rodoviárias costumam garantir a regularidade daquela viagem”, afirma.
O profissional afirma também que há outras estratégias de consulta, como por exemplo, conferir no bilhete de passagens o desconto de tributos, verificar o CNPJ da empresa ou até mesmo ligar para o telefone 166, da ANTT. “É importante destacar que, no transporte regular, o passageiro está assegurado caso algo aconteça. Esse suporte não existe no clandestino”, diz. R7
