Em 2024, o setor de planos de saúde teve um desempenho financeiro expressivo, com lucro líquido consolidado de R$ 10,2 bilhões — alta de 429% em relação a 2023, segundo a ANS. Esse resultado foi impulsionado por reajustes nas mensalidades, reestruturação das redes assistenciais e maior controle de despesas médicas.
Destaques:
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SulAmérica lucrou R$ 2,1 bilhões;
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Bradesco Saúde, R$ 1,5 bilhão;
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Amil reverteu prejuízo e obteve R$ 619,8 milhões;
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Hapvida e NotreDame Intermédica, juntas, somaram R$ 1,6 bilhão.
A atenção do mercado se voltou à Hapvida, que reapresentou balanços de 2016 a 2023 com base no IFRS 17, aumentando seu patrimônio líquido em R$ 503 milhões. A empresa também anunciou possível adesão ao programa Desenrola, podendo reduzir um passivo de R$ 2,9 bilhões para R$ 1,7 bilhão, com abatimento significativo de dívidas com o SUS.
Contudo, a antecipação contábil dos efeitos desse acordo gerou reações: a ANS solicitou nova publicação dos balanços e a AGU ainda avalia os termos. Essas revisões contábeis, embora previstas em normas internacionais, levantam questionamentos sobre transparência e regulação no setor.
O cenário se desenrola em meio à possível nomeação de Wadih Damous para a presidência da ANS, o que pode sinalizar mudanças na supervisão regulatória e contábil das operadoras.