Pilhas de lixo e poças de esgoto contaminado são cada vez mais comuns em acampamentos para palestinos deslocados no sul da Faixa de Gaza, agravando os riscos de saúde daqueles que fogem dos ataques israelenses.
“Sofremos com maus odores (…) os esgotos estão infestados de mosquitos que picam as pessoas e transmitem infecções”, disse Sayed Rafic abu Shanab, que vive nesta cidade no sul do território palestino, para onde centenas de milhares de habitantes de Gaza se deslocaram depois de fugir dos combates.
A ONU alertou para a fome iminente no território após mais de cinco meses de guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas. Entretanto, os trabalhadores humanitários alertaram que a deterioração das condições de saúde deixa os habitantes de Gaza em uma situação ainda mais vulnerável.
“O saneamento é um dos fatores-chave na crise nutricional, na crise sanitária, e eu diria também na insegurança alimentar”, afirmou Jamie McGoldrick, coordenador humanitário da ONU para os territórios palestinos, em coletiva de imprensa.
“As pessoas têm fome, mas a fome se agrava porque o seu sistema imunológico é afetado pelas condições de vida. As pessoas vivem em condições muito precárias e em superlotação”, disse ele.
A guerra em Gaza começou com o ataque sem precedentes do Hamas, em 7 de outubro, ao sul de Israel, que deixou cerca de 1.160 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais israelenses. AFP