Economistas ouvidos pelo R7 discordam da correlação citada nesta segunda-feira (23) pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, entre a alta taxa de juros do rotativo do cartão de crédito e a falta de limite para o parcelamento sem juros na modalidade de pagamento, posição dos maiores bancos brasileiros. A ideia de Campos Neto seria reduzir o spread, ou seja, a diferença entre o preço pago pelo consumidor na máquina e o valor real do produto.
“O público do rotativo é diferente do público do parcelamento. Por exemplo, há quem prefira pagar em 12 vezes sem juros do que pagar com juros. Agora, há outras pessoas, com menos educação financeira, que usam o rotativo. Então, o parcelamento não tem uma correlação com o rotativo”, afirma o economista Newton Marques, do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF).
“O rotativo não está ligado ao parcelamento. São duas operações totalmente diferentes. O que eu acredito é que o Banco Central não deveria intervir no que a gente chama de atributo do produto, que é parcelamento, rotativo. O que precisa é maior rigor e o estabelecimento do limite de crédito”, argumenta o economista e professor de economia César Bergo. R7