Eldoradense escreve…”Indígenas – Os verdadeiros pioneiros de nossa terra”

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O último censo do IBGE revelou que a população declaradamente indígena de Presidente Venceslau é restrita ao pequeno número de doze indivíduos, também conhecido como uma dúzia. Num universo aproximado de 35.000 habitantes, e fazendo uma conta básica, este contingente caracteriza um percentual pífio de 0,034% da população total. Os números revelam o quão dizimada foi esta etnia durante o processo de expansão colonizadora rumo ao interior do Brasil, onde está inserido, logicamente, o oeste paulista. Este texto tem sua razão de ser escrito hoje: 09 de agosto – Dia Internacional dos povos indígenas.

É sabido que o nome original de Presidente Venceslau é “Coroados”, em alusão à nomenclatura que os portugueses deram aos indígenas de diferentes grupos que usavam sobre suas cabeças artefatos que lembravam as coroas dos reis, um dos símbolos das monarquias. Rapidamente o nome do povoado foi mudado para “Perobal”, e, em posteriormente, para o nome atual do município, homenageando o presidente Wenceslau Brás.

Notem que a dizimação física ao longo dos anos também é notada na dizimação cultural, referente às alusões, homenagens e lembranças: Assim como o nome “Coroados” é hoje apenas uma vaga referência da nossa história, as transformações econômicas também interferiram neste processo. Explico: A falência do frigorífico “Kaiowa” e também da destilaria “DECASA” – ambas empresas homenageavam os índios caiuás – tornam ainda mais remotas as nossas referências indígenas. Regionalmente falando, a empresa de energia elétrica “Caiuá”, passou a fazer parte de um grupo chamado ENERGISA.

Retornando ao contexto local, em relação às alusões e homenagens, restaram-nos os dois indígenas no brasão oficial do município, um clube social e poliesportivo com o nome “Coroados”, além de uma gráfica e um bairro, homônimos do clube. Penso eu ser muito pouco, e desculpem-me se eu estiver exagerando, um desprezo às nossas verdadeiras origens.

Por uma questão de justiça, penso que os legítimos pioneiros desta terra mereciam ao menos uma praça, um monumento, bem como a disseminação maior das informações sobre a cultura dos Caiuás – ou Coroados – para que os cidadãos de hoje compreendam de forma mais verossímil a nossa história. A iniciativa envolve muito mais do que construções físicas: Envolve resgate cultural!


ELDORADENSE
É Nando Freitas, que frequentemente escreve em nosso Blog


 

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