
Alvo de críticas por causa dos juros baixos, do sigilo e dos critérios de seleção de projetos, os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empreiteiras brasileiras levaram a questionamentos sobre o sistema de financiamento às exportações, mas a política pública é essencial para o comércio exterior, dizem especialistas.
Diferentemente das matérias-primas, a venda de produtos industrializados e de serviços, muitas vezes, depende de crédito “Para alguns tipos de manufaturados, primeiro se vende o financiamento, depois o produto”, afirmou o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro.
Nesta terça, 24, o BNDES negou que haja demanda para financiar “serviços de infraestrutura” no exterior, um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defender o financiamento, pelo Brasil, da construção de um gasoduto para transportar gás natural produzido no campo de Vaca Muerta, localizado na Província de Neuquén, a oeste da região da Patagônia, até o sul do País. Em visita oficial à Argentina, Lula afirmou também que o “BNDES vai voltar a financiar as relações comerciais do Brasil e vai voltar a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileiras no exterior”.
As declarações do presidente devolveram ao centro das atenções algumas das operações mais polêmicas do banco de fomento nos governos anteriores do PT, como o empréstimo para o governo de Cuba contratar a construtora Odebrecht para as obras do Porto de Mariel, na ilha caribenha.
JBr
09:50:01