
(Tribuna Livre) O provedor da Santa Casa de Presidente Venceslau, José Luiz Guizzi, prestou depoimento nesta sexta-feira, 25, aos membros da CEI (Comissão Especial de Inquérito) – foto, instituída para apurar a aplicação dos recursos recebidos pelo hospital para a gestão do Pronto-Socorro.
O primeiro a inquerir Guizzi foi relator da CEI, vereador Tácito Alexandre (União Brasil). Os trabalhos da oitiva foram abertos pelo presidente da CEI, vereador Wilson Hirakawa (PSDB), e contou com a participação do vereador Bruno Dassie (PV), membro da comissão.
Um dos pontos levantados por Alexandre foi a contratação de médicos que prestam serviços no PS. O relator questionou se os médicos também atuam dentro da Santa Casa. Sobre isso, Alexandre citou dois casos: a contração da médica anestesista e também o profissional de ginecologia que atende no hospital.
O tema foi bastante arguido inclusive pelo vereador Bruno Dassie, que insistiu na pergunta por duas ocasiões durante a oitiva.
Ao responder, Guizzi citou que o atendimento no Pronto-Socorro segue um plano de trabalho, e que o assunto poderá ser explicitado para maiores detalhes pelo diretor clínico do hospital, no caso o médico Pérsio Alonso Pacheco.
Lembrou ainda que o convênio assinado com a Prefeitura de Presidente Venceslau contempla a contração de médicos a distância, para atender cinco especialidades.
O relator quis saber quem autoriza o pagamento das despesas pertinentes do Pronto-Socorro. Guizzi disse que todo pagamento é de responsabilidade do setor financeiro-contábil, da administração e da provedoria, cujo balanço financeiro também é analisado e aprovado pelo conselho Fiscal da Irmandade da Santa Casa.
Ressaltou a existência de contas separadas dos gastos do Pronto-Socorro em relação as demais pertinentes ao hospital, e que todas são supervisionadas pela administração e provedoria, em conjunto com o setor financeiro e contábil da Santa Casa.
Afirmou ainda que as compras realizadas pelo hospital são especificadas e que todo procedimento passa pela administração e nada é feito à revelia, com cotação de preços.
Questionado se os valores repassados pelas Prefeituras de Presidente Venceslau (R$ 383 mil), Caiuá (R$ 33 mil), Marabá Paulista (R$ 33 mil) e Piquerobi (R$ 33 mil), totalizando pouco mais de R$ 470 mil, são suficientes para manutenção do Pronto-Socorro, Guizzi disse que supre as necessidades. No entanto, ressaltou que a Santa Casa realiza contrapartida quando a demanda aumenta no Pronto-Socorro.
Segundo ele, antes da pandemia, o município vivenciou uma epidemia de dengue, fato que comprometeu os gastos no Pronto-Socorro com medicamentos, principalmente. Depois, veio a pandemia de Covid-19, que também impactou os serviços prestados, citando como exemplo.
Por outro lado, Guizzi fez considerações sobre investimentos feitos pela Santa Casa nos últimos anos, sendo o mais recente a aquisição de equipamentos para o centro cirúrgico do hospital, entre outras melhorias efetivadas desde 2019, quando assumiu a provedoria.
Ainda sobre o plano de trabalho executado no Pronto-Socorro, o provedor destacou que tem sido atendidas todas as adequações sugeridas no convênio para a prestação dos serviços.
Ao final da oitiva, o relator disse que a razão da CEI “não é fazer caça às bruchas”, mas apenas mostrar como está sendo realizada a gestão e como se dão os gastos no Pronto-Socorro, diante de reclamações que os vereadores recebem da população sobre o atendimento que é prestado.
Alexandre afirmou crer na idoneidade da direção e administração da Santa Casa, e que os esclarecimentos à CEI ajudarão nos esclarecimentos sobre a gestão do Pronto-Socorro.
A CEI deverá convocar para depor nos próximos dias a diretora-administrativa da Santa Casa, Susi Bonifácio, assim como o diretor clínico do hospital, o médico Persio Alonso Pacheco.
A CEI tem prazo de 120 dias, prorrogáveis, para conclusão dos trabalhos e apresentação de relatório.
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