ALGO IMPRESSIONATE E SURREAL
Por mais que eu tente, não consigo acreditar no que aquele policial do Rio de Janeiro fez com o entregador Nilton Ramon Barromeu de Oliveira. Foi um ato de extrema frieza, crueldade e calculismo, demonstrando um desejo implacável de disparar contra o rapaz. “Vou atirar. Quero atirar”, essas palavras devem ter ecoado em sua mente. No entanto, a consequência trágica, o tiro na perna, resultou em danos graves. Foi como se um disparo viesse de uma nuvem negra que teima em pairar sobre nosso país, manchando-o com dor, tristeza e ódio. Até quando isso continuará?
“Puro suco de elitismo classista brasileiro. Autoritarismo raiz. Um dos aspectos mais fortes e indignos da identidade nacional que se forjou ao longo da história do Brasil, desde lá trás…Uma sociedade construída e que “evoluiu” com base em privilégios injustos, onde algum poder aquisitivo, algum ‘poder’ constituído – nem precisa tanto – ainda gera um sentimento de superioridade que faz a pessoa realmente acreditar que ela pode falar e fazer o que quiser com o outro, que nada significa, nada representa, a não ser, um incômodo pro seu conforto.
“‘Como um entregador, simplesmente, não trouxe meu lanche até a porta da minha casa? Quem ele pensa que é?’ Quanto preconceito e pequenez ainda se encaixam tão bem na cultura brasileira? E quanto mais caberá, já que o cabo Roy Martins Cavalcanti deve estar neste momento na sua casa, com sua arma de volta à cintura, e provavelmente com a certeza de que agiu corretamente, em legítima defesa.
Enquanto isso, Nilton Ramon Barromeu de Oliveira, um menino preto, periférico, trabalhador, está no hospital, lutando pra sobreviver porque escolheu se fazer respeitar. Apenas seguiu uma norma que estava ali para ser seguida. E assim vamos vivendo numa sociedade adoecida pela discriminação e a falta de limites. Estamos todos doentes.” Texto extraído do Instagram da jornalista Aline Midlej (foto)
Uma resposta
O rapaz, além de querer fazer se respeitar, ficou com medo de entrar para fazer a entrega e deixar a bicicleta, principal ferramenta de trabalho a mercê da possibilidade de furto. Pura arrogância, falta de respeito e aquele tradicional complexo de superioridade característico de muitas pessoas, infelizmente…
Ass: O Eldoradense