
Na reta final do ano, é comum que cada um dê início a sua própria retrospectiva. É neste momento que conquistas, perdas, saldos e prejuízos são colocados na balança. Em meio a essas reflexões, é comum ouvir (e dizer) frases como “acaba logo, 2022, eu não aguento mais”.
O anseio pela virada de página no calendário se torna ainda mais presente quando as últimas semanas são marcadas por acúmulo de tarefas para encerrar o mês e uma agenda cheia de confraternizações de fim de ano.
Não é como se entre o dia 31 de dezembro e 1º de janeiro a vida de todos fosse mudar automaticamente, mas psicólogas concordam que o desejo por um novo ano está ligado ao costume de ritualizar o tempo, somado ao fato de que procuramos atribuir a elementos externos a dificuldade de lidar com alguma situação.
“É mais ou menos como o ‘na segunda-feira eu começo o regime’”, diz Liliana Seger, doutora em psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP. “Fica todo mundo enlouquecido, mas, depois do 31, vem o dia 1, 2, 3.”
Seger explica que esse sentimento costuma ser uma fantasia de que algo extraordinário vai acontecer no ano seguinte, alheia à realidade de que a maior parte dos resultados de nossas vidas são uma consequência do que construímos no dia a dia.
Além disso, a psicóloga alerta que não devemos generalizar as situações de fim de ano, porque nem todos estão com o mesmo nível de otimismo. “Para alguns, é cheio de rituais, família feliz, troca de presentes, mas, para quem já viveu algum trauma, também pode ser um período de muita angústia, de sentir vontade que passe logo e que chegue logo o novo ano”, afirma.
FolhaPress
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