Santa Casa avalia morte por Dengue Hemorrágica

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Uma nota foi divulgada nesta manhã da morte de Aylton Silveira Viera, de 48 anos por dengue hemorrágica em Presidente Venceslau. O paciente tinha 48 anos e entrou na Santa Casa com sintomas da doença no dia 14 de janeiro. Neste momento (10h55), está sendo realizada uma reunião com corpo clínico e diretoria da Santa Casa de Presidente Venceslau para a avaliação do caso e descobrir se Aylton foi vitimado mesmo pela doença.

Conforme Suzy Bonifácio, administradora da Santa Casa, casos como esse precisam ser esmiuçados para que a população não receba uma informação errada. Apesar da Declaração de Óbito ter sido feita baseada em laudo de Dengue Hemorrágica, o hospital quer entender o que aconteceu e por isso faz este encontro para analisar todos os exames do paciente que foi a óbito nesta madrugada por volta das 3h30.

Aylton Vieira morreu por uma parada respiratória enquanto estava internado na UTI. Suzy explicou que pessoas com dengue não podem se descuidar do tratamento e que precisam segui-lo à risca, sem estes cuidados, pode se tornar hemorrágica e se agravar, podendo levar a morte.

Depois da reunião e das conclusões, a direção da Santa Casa comentou que enviará um comunicado à imprensa para explicar o que aconteceu e se foi mesmo morte por Dengue Grave.

O que é Dengue Hemorrágica?
Embora ainda seja chamada de dengue hemorrágica pela população, a versão mais ameaçadora dessa doença agora tem o nome de dengue grave, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além dos sintomas clássicos (febre, enjoo e dores no corpo), ela envolve sangramentos, palidez, sudorese, dificuldade de respirar e comprometimento de alguns órgãos. Isso tudo pode matar.

Existem quatro tipos de vírus da dengue e qualquer um pode causar esse problema pra lá de perigoso. Mas tem um detalhe: os quadros graves são mais comuns em quem já foi atacado por um desses agentes infecciosos anteriormente. Isso porque, na segunda agressão, o sistema imunológico do próprio paciente tende a disparar uma reação excessivamente forte.

De acordo com a infectologista Melissa Barreto Falcão, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), desde 2014 o Brasil passou a utilizar o termo “dengue grave”, seguindo a classificação da OMS.

“Isso aconteceu devido à falta de precisão na identificação dos pacientes em nível crítico segundo a rotulação anterior”, esclarece Melissa. “Muitos casos mais perigosos passavam despercebidos, porque o nome sugeria que, para ser grave, tinha que ter hemorragia, o que não é verdade”, completa.

Desde então, a dengue é classificada em três categorias, de acordo com os sintomas:

Dengue sem sinais de alarme
Febre
Enjoo
Vômito
Vermelhidão no corpo
Dores de cabeça, nos músculos, nas articulações e ao redor dos olhos
Só não pense que essa situação dispensa cuidados do médico. Embora de fato ela seja menos preocupante, não deixe de buscar apoio dos especialistas.

Dengue com sinais de alarme
Após a melhora da febre, aparecem um ou mais dos sinais abaixo:
Dor intensa na barriga
Vômitos persistentes
Acúmulo de líquidos nas cavidades do corpo (abdômen, coração e pulmão)
Sangramentos
Apatia ou irritação
Tontura ao levantar
Aumento do fígado
Aumento da concentração do sangue
Aqui você não pode vacilar. Vá depressa para o pronto-socorro – quanto mais precoce o diagnóstico, menor o risco de ele progredir para a dengue hemorrágica (ops, para dengue grave).

Dengue grave
Além do agravamento dos sintomas anteriores, é definida pela presença de uma ou mais das seguintes manifestações:
Choque: prostração, palidez das mucosas e da pele, sudorese, aceleração do pulso e queda acentuada da pressão arterial
Dificuldade de respirar: ocorre devido à saída de líquidos dos vasos sanguíneos (processo chamado de extravasamento plasmático)
Sangramento intenso
Comprometimento severo de coração, rins, fígado e cérebro
“É na forma grave que há maior risco de morte”, alerta Melissa.

Quanto tempo a dengue grave dura?
O choque em geral ocorre entre o quarto e quinto dia de doença. Ele é comumente precedido por aqueles sinais de alarme. “O extravasamento plasmático e o choque são de rápida instalação e duram entre 24 e 48 horas. Se não forem tratados adequadamente, em um intervalo de 12 a 24 horas podem levar ao óbito”, informa a infectologista.

Como é o diagnóstico?
Ele é feito da mesma maneira para todos os casos da chateação: por análise do médico ou por exame de sangue específico.

Como funciona o tratamento?
Não há um remédio específico para dengue. O tratamento é realizado, principalmente, com hidratação direto na veia e varia de acordo com as manifestações que cada paciente apresenta. Ou seja, a meta é controlar os sintomas e dar condições de o próprio corpo combater a dengue.

Já tem vacina para se proteger contra a dengue grave?
Sim. É a mesma utilizada para se proteger da forma mais leve. Mas ela não está disponível na rede pública e só deve ser aplicada em quem já foi infectado uma vez por algum dos vírus da dengue. Outros tipos de vacina estão sendo estudados no momento, inclusive no Brasil.

Tem cura?
“Quase todos os óbitos por dengue são evitáveis e dependem, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e da organização dos serviços de saúde”, conclui a especialista. Ao sinal de qualquer sintoma grave, consulte o médico quanto antes.

11:13:59

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