A Rússia anunciou hoje que pretende fazer vacinação em massa da população já em outubro, dizem agências internacionais. Ainda com poucas informações divulgadas sobre sua eficácia, o país poderá ser o primeiro a iniciar campanha de imunização da população.
O ministro da Saúde russo, Mikhail Murashko, declarou que o Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia e Microbiologia Gamalei terminou os testes clínicos da vacina e já está “preparando a documentação” para começar a campanha de vacinação em outubro.
Não foi divulgada qual quantidade de vacinas já disponível na primeira leva. Segundo a imprensa internacional, o primeiro grupo a ser coberto serão os profissionais de saúde e professores.
Com testes clínicos iniciados em junho e ainda sem uma divulgação mais detalhada sobre sua eficácia, parte das organizações científicas internacionais critica a rapidez com que o país está anunciando resultados e teme que influências políticas estejam sendo colocadas à frente da saúde da população, conforme ponderou o jornal norte-americano The New York Times.
Na Rússia, a notícia foi anunciada como vitória política. O chefe do Fundo Russo de Investimento Direto, Kirill Dmitriev, associou o desenvolvimento da vacina, que usa adenovírus como base, ao lançamento do Sputinik 1 pela União Soviética, o primeiro satélite a ser colocado em órbita, em 1957.
A pesquisa foi feita Universidade Sechenov, em Moscou. Os cientistas agruparam 38 voluntários remunerados para o estudo, que foram recebendo alta após completarem 28 dias em isolamento. A intenção foi protegê-los de outras possíveis infecções.
Os voluntários têm entre 18 e 65 anos e ainda serão monitorados por mais seis meses. Os resultados não foram amplamente divulgados pelo governo, mas, segundo Murashko, a vacina já está apta para ser distribuída à população. Atualmente, a Rússia é o quarto país do mundo com maior número de infectados, com quase 850 mil casos confirmados e mais de 14 mil mortes por covid-19.
UOL
16:30:38
